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A influencia da Fisioterapia na orientação e prevenção de quedas em idosos

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1. RESUMO

A queda e as lesões dela resultantes representam um sério problema de saúde pública, sendo uma causa de grande impacto para a sociedade, pois o aumento de idosos a nível mundial é um acontecimento visível, e junto com esse processo surgem os problemas da perda gradativa de força muscular, coordenação motora e equilíbrio, que de modo geral, acabam elevando os riscos de quedas. As quedas resultam de fatores intrínsecos, extrínsecos e comportamentais, podendo gerar impacto negativo na vida do idoso que passa a sofrer ansiedade e medo de cair novamente, podendo levar a depressão, aumentando os riscos dessa natureza. Portanto, o presente estudo tem como objetivo central, proporcionar conhecimento sobre a prevenção de quedas aos idosos do município de Rolim de Moura. A prevenção de quedas é de suma relevância, tendo em vista buscar reduzir os índices de morbidade e mortalidade, custos financeiros, internações e melhorar a qualidade de vida da população idosa. A metodologia aplicada neste trabalho dividiu-se em duas fases: 1° procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos, tendo como descritores: idosos; quedas; orientação; prevenção; fisioterapia. 2° será realizada uma palestra informativa utilizando mecanismos de imagens transmitidos através da apresentação de slides com uso de Data Show, aos idosos de ambos os sexos acima de 60 anos de idade, que frequentam o Centro de Convivência do Idoso. Conclui-se que a prática a adoção de um programa de exercícios físicos regularmente, mostra-se uma estratégia muito eficaz na redução de quedas em pessoas idosas, aumentando o equilíbrio, a força muscular, a independência, favorece na relação social, melhorando a qualidade de vida e saúde. Espera-se que este projeto possa de alguma forma, contribuir para levar o conhecimento aos idosos, visando reduzir ou eliminar o índice deste evento.

Palavras-Chave: Idosos. Quedas. Orientação e Prevenção. Intervenção Fisioterapêutica. Exercícios Físicos.

ABSTRACT

The fall and the resulting lesions represent a serious public health problem, a cause of great impact for society, as the increase of the elderly in the world is a visible event, and along with this process arise the problems of gradual loss of muscle strength, motor coordination and balance, which in general, end up increasing the risks of falls. The falls result from intrinsic, extrinsic and behavioral factors, and can have negative impact on the life of the elderly who suffer from anxiety and fear of falling again, leading to depression, increasing risks of this nature. Therefore, the present study has as main objective, to provide knowledge about the prevention of falls to the elderly in the municipality of Rolim de Moura. The prevention of falls is extremely important, aiming to reduce the morbidity and mortality rates, financial costs, hospitalizations and improve the quality of life of the elderly population. The methodology applied in this work was divided in two phases: 1 ° a bibliographical research in books and articles, having as descriptors: the elderly; falls; guidance; prevention; physiotherapy. 2 ° will be held an informative talk using mechanisms of images transmitted through the presentation of slides with use of Data Show, to the elderly of both sexes over 60 years of age, who attend the Center for the Coexistence of the Elderly. It is concluded that the practice of adopting a physical exercise program regularly, shows a very effective strategy in reducing falls in older people, increasing balance, muscular strength, independence, favors in social relation, improving quality life and health. It is hoped that this project could somehow contribute to bring knowledge to the elderly, aiming to reduce or eliminate the index of this event.

Keywords: Elderly. Falls. Guidance and Prevention. Physiotherapeutic Intervention. Physical Exercises.

2. INTRODUÇÃO

A redução da mortalidade associada ao aumento da expectativa de vida da população humana tem contribuído para o acréscimo de pessoas idosas no Brasil e no mundo, o que tem favorecido para elevar as taxas de doenças crônico-degenerativas que afetam a terceira idade (INÁCIO, 2011).

No Brasil, o envelhecimento da população tem ocorrido de forma acelerada e exponencial, de 1980 a 2005 houve um crescimento de 126,3% do número de idosos, comparado com apenas 55,3% da população em geral. Estima-se que para o ano 2050 o número de idosos no Brasil atinja aproximadamente 32 milhões de pessoas, sendo que colocará o Brasil em sexto lugar no mundo considerando este grupo de indivíduos (BERLEZI, 2016).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a classificação de idosos são aqueles que se encontram com faixa etária acima de 65 anos de idade e residem nos países desenvolvidos e a partir de 60 anos de idade os que vivem em países em fase de desenvolvimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

Apesar do envelhecer sofrer influência dos fatores biológicas e orgânicas, as pessoas não envelhecem com as mesmas características físicas e psicológicas devido ao estilo de vida que cada indivíduo adota ao longo de sua vida e que de alguma forma este contexto irá refletir em sua idade avançada (BARBOSA, 2012).

O envelhecimento promove uma importante diminuição da força muscular, perda do equilíbrio, déficit cognitivo e funcional, entre outros aspectos, que afetam a locomoção e, estas alterações predispõem às quedas. Aproximadamente cerca de 40 a 60% das quedas entre os idosos resultam em ferimentos, que dependendo da gravidade e local afetado podem levar à incapacidade física importante e/ou óbito. De uma forma geral, nota-se que entre os idosos as quedas ocorrem cerca de 37,2% (FERREIRA, 2010).

Mesmo havendo perdas que são comuns do próprio processo de envelhecimento, é preciso estimular os idosos a um envelhecer ativo para que se possa gozar de vida plena e com qualidade. Deste modo, o envelhecimento ativo refere-se ao equilíbrio biopsicossocial integro, onde o indivíduo encontra-se apto a realizar suas atividades habituais/cotidianas de forma independente (FERREIRA et al., 2012).

A queda pode resultar em diversas sequelas que afetam física e psicologicamente o idoso, prejudicar a mobilidade, reduzir o equilíbrio postural tornando-o dependente de outras pessoas para realizar suas atividades diárias, medo de cair, isolar-se da sociedade, amplia o risco de novas quedas, reduz a qualidade de vida, traz limitações de mobilidade (FERREIRA et al., 2016).

Neste contexto, o profissional Fisioterapeuta é imprescindível com o seu conhecimento técnico-científico acerca do envelhecimento que faz despertar um olhar mais atencioso para a saúde do idoso, com intuito de contribuir para a preservação e melhora da função cinético funcional, objetivando a autonomia deste indivíduo e, sobretudo melhor qualidade de vida. O papel deste profissional é extremamente significativo para a prevenção de quedas nos idosos, uma vez que mantém ou restabelece o equilíbrio, elimina ou reduz consideravelmente os fatores de risco que predispõem às quedas, a partir das orientações e fornecimentos de informações aos idosos e seus familiares responsáveis, impedindo as quedas e também suas reincidências (PIOVESAN; PIVETTA; PEIXOTO, 2011).

O declínio funcional torna a pessoa idosa mais suscetível a quedas, comprometendo sua habilidade funcional e independência, um problema grave e de grande repercussão na capacidade funcional do idoso (FERREIRA; YOSHITOME, 2010).

Sendo assim, com a realização deste trabalho objetivou-se proporcionar medidas de orientações para prevenção de quedas em idosos que frequentam o Centro de Convivência do Idoso pertencente ao Município de Rolim de Moura, Estado de Rondônia.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Aspectos sobre o envelhecimento humano

A sociedade vem envelhecendo de modo acelerado, desde a década de 40, muitas mudanças sociais, econômicas e culturais têm favorecido para ampliar a perspectiva de vida da população, fenômeno este que cada vez mais ganha destaque em todo o mundo (KUCHEMANN, 2012). E assim como em outros países, o Brasil tem vivenciado a diminuição dapopulação jovem e um importante aumento da população idosa (AZEVEDO, 2015).

De acordo com o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma perspectiva de que a população idosa chegue a 32 milhões até o ano de 2025, ou seja, quinze vezes mais do que havia em 1950, e esta perspectiva fará com que o Brasil fique 6° lugar no mundo com o maior número de pessoas com faixa etária acima de 60 anos de idade (BODSTEIN; LIMA; BARROS, 2014).

O Estatuto do Idoso – Lei número 10.741, de 1° de outubro de 2003 em seu Artigo primeiro, considera como idoso as pessoas com faixa etária igual ou superior a 60 (sessenta) anos de idade. Porém, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), caracteriza-se como idosos os indivíduos com faixa etária igual ou idade igual ou superior a 60 anos de idade em países em fase de desenvolvimento e 65 anos de idade em países desenvolvidos (MACIEL, 2010). Existe um consenso entre os trabalhos publicados no que diz respeito ao envelhecimento populacional, sendo que os estudos destacam que houve uma vitória e é um desafio para a humanidade, uma vez que no mundo há uma quantidade significativa de pessoas com mais de 60 anos de idade e, além disso, essa quantidade tem aumentado nos últimos anos de forma cada vez mais rápida do que as demais faixas etárias. No ano de 2006, a estimativa era de que haviacerca de 688 milhões de idosos e que até 2050 este número alcançará 2 bilhões, quando valor muito superior do que o dos jovens menores de 14 anos de idade, um fato nunca visto antes. E ainda, a população acima de 80 anos de idade, que é mais suscetível a quedas e outros inúmeros distúrbios músculoesqueléticos, tem crescido aceleradamente, e estima-se que representarão 20% da população idosa em 2050 (AZEVEDO, 2015).

De acordo com o IBGE (2017), a pirâmide etária do Brasil e também do Estado de Rondônia sofreu uma importante variação entre os anos de 2000 e 2017 como pode ser observado na Figura 1. Nesta figura, nota-se que no ano de 2000 a população jovem era bem mais ampla quando comparada com o ano de 2017, principalmente até os 19 anos de idade, e com o passar dos anos este quadro sofreu alterações visíveis, ou seja, reduziu o número da população mais jovem e aumentou a quantidade com mais de 45 anos de idade, onde a classe idosa tem crescido cada vez mais.

Figura 1 – Comparativo da pirâmide etária no Brasil e Estado de Rondônia, levando em consideração o período de 2000 à 2030, a partir do ano de 2000 e 2017, respectivamente.


Fonte IBGE (2017).

De acordo com a projeção do IBGE (2016) acredita-se que em 2030, a população Rondoniense será de aproximadamente 1.997.617, sendo que o maior número será de indivíduos do gênero masculino (1.010.274) comparado ao gênero feminino (987.343), conforme pode ser visualizado no Figura 2. Além disso, neste gráfico também é possível observar que o índice de envelhecimento da população brasileira, do ano de 2000 para o ano de 2030, saltará de 18,66% para 76,39%, respectivamente e, ao analisar este mesmo item referente ao Estado de Rondônia, nota-se que o índice sairá de 9,10% e atingirá 48,17%, para os respectivos anos.

Por outro lado, o levantamento do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), realizado na região norte do país, demonstrou que a proporção de pessoas idosas do gênerofeminino é menor do que ao gênero masculino, ou seja, cerca de 84% da população residente em Rondônia são homens. Segundo os pesquisadores, este fato atribui-se ao resultado do fluxo migratório dos homens para essa região entre os anos de 1950 e 1960 (CAMARANO, 2010).

O Município de Rolim de Moura localiza-se na região norte do Brasil e apresenta uma área da unidade territorial de 1.457,888 km2, densidade populacional correspondente à 38,58 habitantes/km2, denominado Bioma Amazônia, classificando-se como a 7ª cidade mais populosa do Estado de Rondônia e sustenta o 7° maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, sendo este constituído pela agropecuária, indústria e administração e serviços públicos,impostos e serviços (IBGE, 2016).

Figura 2 - Índice de envelhecimento no Brasil e no Estado de Rondônia (IE 2000-2030).


Fonte IBGE (2017).

Além disso, Brasil (2015) destacou que este Município possui o 18º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região Norte, e também é a capital da Zona da Mata Rondoniense e, somando todos os municípios desta área, o número de pessoas ultrapassa 151 000 habitantes (BRASIL, 2015).

De acordo com o IBGE (2016), a população do Município de Rolim de Moura no ano de 2010 era de aproximadamente 50.648 pessoas, distribuídas conforme Figura 3, sendo 25.170 correspondentes ao gênero masculino e 25.478 ao gênero feminino, dos quais 4.157 referiam- se à população com faixa etária superior à 60 anos de idade (2.108 do gênero masculino e 2.049 do gênero feminino). Porém, em 2016 a população Rolimourense atingiu um número de 56.664 pessoas e, estima-se que para o ano de 2030 a população idosa nesta região (acima de 60 anos de idade) corresponderá 7.03% para o gênero feminino e 6.73% para o gênero masculino.

Ressalta-se que o envelhecimento é uma etapa comum na vida da população, a qual todos estão destinados, contudo, traz consigo diversas alterações fisiológicas que interferem no aparelho locomotor que comprometem a qualidade de vida da pessoa idosa, gerando fragilidade, limitações e dependência e, consequentemente, estes fatores condicionam para as quedas presentes nos idosos (PEDRINELLI; GARCEZ-LEME; NOBRE, 2009).

No Brasil, a maioria das pessoas idosas não apresenta condições financeiras suficientes, vivem sozinhas e o sistema de saúde pública muito deixa a desejar na promoção de saúde para que se possa diagnosticar e tratar precocemente este grupo de pessoal, favorecendo para o agravamento de sua situação. Além disso, o processo de envelhecimento mantém relação com o acréscimo gradativo das vulnerabilidades físicas e sociais e nesta faixa etária de vida, os riscos aumentam ainda mais. Entretanto, vale a pena salientar que algumas pessoas conseguem gozar de uma vida de qualidade e saudável, superando as vulnerabilidades típicas da velhice (BATISTON, 2009).

Figura 3 – Censo Demográfico (2010).


Fonte – IBGE (2016).

A prevenção da queda é de importância ímpar pelo seu potencial de diminuir a morbidade e a mortalidade, os custos hospitalares e o asilamento consequentes. Os programas de prevenção têm a vantagem de, paralelamente, melhorar a saúde como um todo, bem como a qualidade de vida, sendo sua prática especialmente importante para a faixa etária mais idosa (BUKSMAN et al., 2008, p. 1).

Percebe-se que as pessoas idosas, na percepção da mídia, são vistas como um problema para a sociedade (GUERRA; CALDAS, 2010). Este ponto de vista preconceituoso que foi criado sobre os idosos, muitas vezes é decorrente da falta de informação sobre esse processo, o que acaba por refletir em imagens negativas e comprometendo a vida desses indivíduos em meio à sociedade. Adicionalmente, ficar velho não é sinal de doença, mas de um processo natural do próprio desenvolvimento do ser humano (SCORTEGAGNA; OLIVEIRA, 2012).

No entendimento do Ministério da Saúde (MS), aproximadamente 25% das pessoas da terceira idade não tem expectativas de um envelhecer saudável, em razão de ter levado um estilo de vida inadequado ao longo de sua vida, com maus hábitos alimentares e sedentarismo e, estes fatos contribuem diretamente para o aparecimento de diversas doenças que irão interferir na sua qualidade de vida (SILVA, 2010). E mesmo que o processo de envelhecimento seja um acontecimento natural na vida das pessoas, muitas delas não terão a chance de vivenciar essa etapa da vida (SHILS et al.,2009).

Mesmo que a maioria das pessoas idosas leve uma vida longa e produtiva, com o aumento da idade, nota-se a intensificação de riscos para o desenvolvimento de problemas de saúde (GUIMARÃES, 2013). E os aspectos biológicos e orgânicos mantém forte influência sobre os fatores físicos e psicológicos do indivíduo e vão se manifestando com o passar dos anos e avanço da idade (BARBOSA, 2012).

Segundo Guimarães (2013) existem diversos problemas que advém com o processo de envelhecimento, dentre eles destacam-se: redução gradativa da força muscular, perda de equilíbrio e dificuldade de coordenação motora. De modo geral, as mudanças ocorridas nas estruturas ósseas e musculares do indivíduo somadas ao aumento da idade acabam por tornar os ossos mais fracos e que ao serem apoiados por músculos que também se encontram mais frágeis acabam por levar a quedas e, consequentemente as fraturas (ESQUENAZI; SILVA; GUIMARÃES, 2013).

Contudo, é fundamental ressaltar que não significa que somente porque a pessoa envelhecerá que ela não terá mais saúde, ao contrário, se o indivíduo mantiver uma vida saudável, bons hábitos alimentares, fizer acompanhamento médico e praticar exercícios físicos periodicamente, terá grandes chances de alcançar um envelhecer ativo (BARBOSA, 2012).

De acordo com Guimarães (2013) esse declínio também pode ser prevenido através da intervenção de uma equipe interdisciplinar, sendo que cada profissional irá avaliar a situação do idoso e desenvolver propostas de intervenção que lhe garantam melhores condições de vida.

3.1.1 Alterações musculoesqueléticas e do equilíbrio

O processo de envelhecimento pode acarretar em duas vertentes, a pessoa pode chegar à velhice como um sábio senil ou envelhecer e preservar-se em estágio infantil do psiquismo, ou seja, a autonomia e a independência do indivíduo no envelhecimento são consequências do equilíbrio entre o envelhecer mental e o envelhecer biológico. Em suma, o envelhecer é um acontecimento pessoal e variável, que se molda, portanto, de acordo com cada pessoa, e seus resultados vão se adaptando dia após dia, desde sua infância. Deste modo, gozar de uma velhice ativa e saudável é reflexo de um estilo de vida bem sucedido que o indivíduo levou ao longo de sua jornada de vida (MORAES; MORAES, LIMA, 2010).

Entre as mudanças que advêm do processo de envelhecimento, pode ser observado uma importante modificação na força muscular, ou seja, está diminui drasticamente e, compromete o desempenho das atividades diárias. Ressalta-se que a sarcopenia é um dos motivos pelo qual p


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