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Exercícios da musculatura respiratória por aparelhos

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http://physicalstore.com.br/lojas/21/img/interno/prd_84_i_RESPIRON1(1).jpg

Hoje estudos provam que o exercício da musculatura respiratória por aparelhos, que se utilizam das técnicas de controle da resistência do ar sobre a inspiração, traz benefícios não só a pacientes portadores de doenças respiratórias, conceito já consagrado no Brasil, mas também a pessoas saudáveis incluindo esportistas e atletas de diversos níveis.

ESPORTE

  • Fortalece a musculatura inspiratória.
  • Reduz a falta de ar e sensação de cansaço nas atividades físicas.
  • Proporciona mais qualidade de vida.
  • Maior disposição para a prática de exercícios.
  • Retarda a fadiga da musculatura respiratória, proporcionando melhora de performance.

SAÚDE E ESTILO DE VIDA

  • Diminui a sensação de cansaço em idosos e obesos
  • Maior amplitude respiratória e capacidade de retomada aérea para cantores, atores e músicos
  • Auxilia a expansão dos pulmões para praticantes de exercícios leves.

MÉDICA

  • Incentiva a respiração profunda.
  • Promove a recuperação do desempenho pulmonar.
  • Previne e combate atelectasias.
  • Alivia a falta de ar.
  • Clinicamente indicado para pré e pós-operatórios, DPOC, asma e insuficiência cardíaca.

Como usar seu Respiron

Antes do uso do aparelho, sempre verificar se todas as peças encontram-se em boas condições.

Como usar o Respiron

A
Mantenha o aparelho na embalagem quando fora de uso;

Como usar o Respiron

B
Higienize o bocal e a mangueira antes e depois de cada sessão de exercícios;

C
Faça os exercícios na posição que se sentir mais confortável e relaxado: em pé, sentado ou com elevação da cabeceira;

D
Antes de iniciar, ajuste a graduação do RESPIRON (veja o item 5 desse manual – Como graduar a dificuldade do exercício). Realize uma expiração tranquila, quando sentir que todo o ar foi expirado ajuste o bocal aos lábios e inspire (puxe o ar com a boca, não sopre!!!). Desta forma as esferas vão se elevar sequencialmente

Como usar o RespironComo usar o Respiron

E
O ideal é mantê-las
elevadas por alguns
segundos;

Como usar o Respiron

F
Retire o bocal dos lábios quando concluir a inspiração e expire naturalmente, iniciando nova repetição.

Fonte: NCS do Brasil

As causas para os distúrbios temporomandibulares

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http://www.alternativasaudavel.com.br/images/slide-cervicalgia-600_300.jpg

Muitas pessoas sofrem de dores de cabeça, ouvido, músculos da face, coluna cervical (pescoço) e coluna dorsal. O que pode estar gerando essas dores são desorganizações de articulação temporo mandibular (ATM), pois, se os músculos e as articulações não funcionarem em harmonia, teremos dores e espasmos.

A ATMé a articulação que permite a movimentação da mandíbula para frente e para trás e para os lados, em relação ao crânio. O acometimento dessa articulação têmporo-mandibular que se manifesta principalmente com dor na região da mandíbula, podendo irradiar para cabeça, pescoço, braços e costas, é conhecido como DTM - Distúrbio Temporomandibular.

Estalos ou crepitações, dificuldades de abrir ou fechar a boca, travamento da mandíbula, zumbidos, dor na região do ouvido e dores de cabeça também são frequentes. Outros músculos também podem entrar em desequilíbrio, como por exemplo, os do pescoço causando torcicolos, e os braços podem ficar doloridos. Alguns pacientes relatam também dores nos olhos, tonturas, fotofobia e náuseas. Devido à grande variedade de sintomas e às diversas partes do corpo que estão envolvidas, o paciente acaba procurando diferentes especialistas da área médica e muitas vezes fica frustrado pelos tratamentos longos e mal-sucedidos.

A má postura, principalmente da cervical, o alinhamento dentário inadequado, apertar ou ranger os dentes, muitas vezes combinados ao estresse, vão gerar dores nos músculos da face, pescoço e músculos que envolvem a cabeça.

Existem vários indicativos de alterações na ATM:

articulação do rosto

  1. Se para abrir e fechar a boca houver um estalido (clique), mesmo que não haja dor, já demonstra problemas na ATM
  2. Se existe uma dificuldade na abertura da boca, pode existir um espasmo da musculatura.
  3. Dor na região do ouvido e, às vezes, na face, cabeça e pescoço.
  4. Músculos da mastigação contraídos.
  5. Dor ao mastigar, bocejar ou abrir a boca ao máximo.

Saiba mais sobre o assunto e acesse o blog de Fisioterapia na ATM


Síndrome do Lactente Chiador

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Diversas formas de acometimento do sistema respiratório nos primeiros anos de vida são caracterizadas pelo sintoma comum de chiado (ou sibilância), isto lhe confere a conhecida Síndrome do Lactente Chiador (ou Sibilante). Essa denominação provém da sonoridade causada pela passagem do ar ao longo das vias aéreas parcialmente ocluídas, ocasionando a vibração das paredes brônquicas estreitadas por contração da musculatura dos brônquios. Esta oclusão parcial pode ocorrer quando há presença de secreções, inflamação, flacidez da parede ou compressão externa dos brônquios.

As alterações anátomo-fisiológicas acima citadas desenvolvem uma sintomatologia clínica comum de chiado, porém este evento pode ser oriundo de diferentes agentes causadores e processos patológicos, no entanto, o mecanismo básico não tem sido esclarecido, ou seja, se é conseqüente a um efeito direto do dano do agente viral na via aérea, ou uma condição pré-existente da via aérea para acentuada susceptibilidade.

A freqüência dos episódios de chiado podem variar, apresentando-se continuamente ou várias vezes em tempos diferentes. É caracterizado Síndrome do Lactente Chiador quando há ocorrência de pelo menos três episódios recorrentes de chiado em um período de 3 meses ou um único episódio de chiado contínuo com duração superior a 30 dias.
Podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de episódios de chiado; história familiar de asma, exposição passiva a fumaça de tabaco, processos alérgicos, infecção viral, doença do refluxo gastroesofágico, presença de corpo estranho ou compressão extrínseca das vias aéreas, entre outros. Prematuridade e crianças com baixo peso ao nascimento também têm sido considerados importantes fatores predisponentes para o desenvolvimento de episódios de chiado ao longo do primeiro ano de vida, isto pode ocorrer em virtude à eventuais anormalidades na função pulmonar, devido à imaturidade pulmonar ou eventos respiratórios que acometem prematuros e crianças de baixo peso ao nascimento.
O tratamento clínico é medicamentoso, em alguns casos em que há hipersecreção pulmonar e desconforto respiratório importante, há necessidade de internação hospitalar.
A Fisioterapia Respiratória Pediátrica, é um importante recurso para a recuperação do quadro, com o objetivo de desobstruir a via aérea, remover a secreção pulmonar e expandir o pulmão tornando-o mais resistente, favorecendo a diminuição dos períodos de crises, evitando a introdução de antibióticos em alguns casos (quando intervenção precoce) e reduzindo o tempo de internação hospitalar.

Fisioterapia proporciona bem-estar e ajuda a prevenir lesões

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É comum que pessoas que sofreram algum tipo de acidente ou trauma muscular passem por sessões de fisioterapia para reabilitar os movimentos e recuperar a força nos membros lesados. Porém, o que muita gente não sabe é que os tratamentos fisioterápicos servem não só para recuperar, mas também para prevenir lesões e proporcionar um condicionamento físico mais saudável.

Segundo o fisioterapeuta consultor do portal de agendamento de consultas online, Consulte Aqui, Bruno Gragnani, a prevenção é o carro-chefe da fisioterapia. "Baseado em uma avaliação inicial em que foram encontrados possíveis fatores de riscos para o surgimento de possíveis lesões, elaboramos um conjunto de exercícios específicos e funcionais que focam na correção postural, melhora da ativação muscular, ajudando assim a retardar o aparecimento dessa possível lesão", explica.

As sessões de fisioterapia também podem fazer parte do cronograma de atividades físicas. A fisioterapia ajuda a melhorar o condicionamento físico, fortalece a musculatura, diminui dores e corrige a postura, fatores que promovem maior qualidade ao aparelho locomotor e auxiliam a alcançar os resultados desejados nas atividades físicas.

Porém, para que o trabalho da fisioterapia seja benéfico, o tipo de atividade física precisa ser avaliado. "A especificidade de cada esporte deve ser levada em consideração para que o sucesso do trabalho preventivo seja alcançado, como conhecer o gesto esportivo, as principais lesões e as adaptações naturais de cada esporte", acrescenta Gragnani.

Atividades complementares - O fisioterapeuta consultor do Consulte Aqui explica que o ideal não é substituir o esporte ou a atividade física pela fisioterapia e sim combiná-las, já que essas duas atividades se complementam e trazem resultados melhores quando feitas simultaneamente.

Caso seja necessário optar apenas por uma das atividades, deve-se avaliar qual o resultado mais desejado pela pessoa. "Caso seja aumento de massa muscular, a musculação tradicional em academias é a melhor indicação", avalia o fisioterapeuta. "Se a busca for por melhorar a consciência e coordenação corporal, e exercícios mais funcionais que trabalhem o corpo como um todo, a fisioterapia preventiva pode ser uma boa escolha", completa.

Qualquer pessoa, de qualquer idade, pode realizar a fisioterapia preventiva, pois ela é personalizada e os exercícios são baseados nos objetivos e na função desenvolvida por cada um "Não existe faixa etária ideal, depende de cada indivíduo e seu objetivo. Mas é sempre bom ter em mente que grande parte dos exercícios realizados necessita de concentração e consciência corporal", alerta o especialista. Por isso, pode não ser uma atividade ideal para crianças pequenas.

Para saber qual o tratamento fisioterápico ideal, seja ele de cura, preventivo ou até como atividade física no dia a dia, deve-se consultar um especialista na área. A partir dos objetivos do paciente e da avaliação dos profissionais envolvidos, se escolhe a técnica mais apropriada.

O lugar ocupado pela assistência fisioterapêutica: representações sociais de trabalhadores com DORT

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A saúde do trabalhador encontra-se diretamente relacionada a fatores econômicos, sociais, tecnológicos e organizacionais engrenados ao perfil de produção e consumo, além dos fatores de risco de natureza física, química, biológica, mecânica e ergonômica presentes nos processos laborais produtivos. Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) articulam-se diretamente à realização de atividades ocupacionais e às condições de trabalho (1).

Os trabalhadores com DORT deparam-se com várias dificuldades diariamente, como: dor; limitações físicas; desrespeito e desconfiança por parte dos empregadores; humilhação e menosprezo observados na relação com médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); incompreensão da família; perda da capacidade laboral, dentre outras situações, de acordo com os apontamentos de Borsoi, Santos e Acário (2).

Os DORT são considerados uma epidemia mundial, de tratamento clínico e fisioterapêutico com difícil resolução, em virtude de sua gênese patológica multifatorial (3). Ikari et al. (4) referenciam que há poucos estudos sobre prevenção e intervenções na área da fisioterapia, havendo evidências de melhora dos sintomas na maioria dos estudos; porém, não há homogeneidade quanto aos tipos de intervenção. Assim sendo, os trabalhadores ficam a mercê de um diagnóstico incerto e de exaustivos tratamentos ineficazes.

Como consequência, esses indivíduos tornam-se incapacitados para a atividade laboral, repercutindo em estados e sentimentos de tristeza, angústia, depressão e impotência diante desse problema e da impossibilidade de ascensão social (4).

Os trabalhadores portadores de DORT, afastados pelo INSS, oneram com diagnósticos e tratamentos que não consideram a questão primordial dos diferentes aspectos da saúde desses trabalhadores adoecidos. Consequentemente, sobrecarregam as instituições previdenciárias com aposentadorias e indenizações, gerando grande impacto social e financeiro (5).

O conceito de representação social emerge como importante ferramenta nesse campo, uma vez que possibilita a integração de aspectos implícitos e explícitos do comportamento dos indivíduos, resultantes da interação social, o que nos leva à compreensão da realidade e dos fenômenos humanos a partir de uma perspectiva coletiva, sem perder o olhar da individualidade (6, 7).

Lançar mão da teoria da representação social para a compreensão do universo que abarca a saúde do trabalhador e as representações dos trabalhadores com DORT acerca da assistência fisioterapêutica configura-se como elo entre as interfaces do processo saúde-adoecimento e os serviços de saúde destinados a essa parcela da população.

Tendo em vista o exposto, acreditamos que o estudo das representações sociais da assistência fisioterapêutica fornece-nos um campo fértil para a aquisição de conhecimento, interpretação e reflexão de diferentes olhares, valores, interesses, posições e práticas que circulam entre os trabalhadores portadores desse agravo.

Nesse contexto, esta pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais da assistência fisioterapêutica entre os trabalhadores portadores de DORT na cidade de Juiz de Fora (MG) e macrorregião.

 

Materiais e métodos

O presente estudo foi desenvolvido numa abordagem qualitativa, utilizando-se como referencial teórico a teoria das representações sociais (8), que busca conhecer e trabalhar aspectos particulares do universo dos significados, valores e atitudes, que compreendem o espaço das relações e fenômenos desses trabalhadores (9).

Realizamos a coleta de dados por meio de entrevista semiestruturada, que combinou a condução da abordagem à liberdade do trabalhador entrevistado em expor seus pensamentos, garantindo a espontaneidade das falas. Novas perguntas puderam ser incorporadas quando havia a necessidade de aprofundar determinado assunto ou de reajustar uma linha de pensamento. Cada entrevista foi realizada de forma individual com o trabalhador participante, e registradas por um microgravador.

A pesquisa foi realizada com trabalhadores afastados, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), inseridos no Programa de Reabilitação Física do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), pelo Departamento de Saúde do Trabalhador (DSAT), Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, Secretaria de Saúde do município de Juiz de Fora (MG). Para serem inseridos nesse programa, os trabalhadores devem ter uma renda mensal de até três salários mínimos, não havendo a obrigatoriedade de vínculo empregatício. Uma vez inseridos, esses indivíduos recebem mensalmente auxílio para transporte, dentro de uma trajetória de intervenções feita pelo DSAT.

Os entrevistados foram escolhidos a partir de um estudo quantitativo previamente realizado entre os trabalhadores inseridos no Programa de Reabilitação Física do CEREST. Foram selecionados para o estudo trabalhadores com nexo ocupacional de DORT, cadastrados e frequentes no referido programa desde o ano de 2006, que estavam em tratamento fisioterapêutico.

Segundo Turato (10), o número de participantes deve buscar, propositalmente, indivíduos que vivenciam o problema em foco e/ou têm conhecimento sobre ele. Foram entrevistadas 12 trabalhadoras, cuja idade variou entre 29 e 55 anos; caracterizadas de maneira que o anonimato permanecesse preservado, identificadas por suas iniciais. Desempenhavam diversas categorias profissionais, com renda mensal em torno de um salário mínimo: costureiras (três), domésticas (duas), serviços gerais (duas), auxiliar de fisioterapia, faxineira, operadora de caixa, secretária de digitação e enroladeira de papel higiênico. Verificamos que as trabalhadoras iniciaram suas vidas profissionais precocemente – a idade mínima descrita foi de 6 anos, e a máxima, 14 anos de idade, ambas consideradas como trabalho infantil.

O número de entrevistas encerrou quando as informações alcançadas foram consideradas suficientes e atingiram a chamada saturação, exaustão ou ponto de redundância (11), isto é, quando os temas e/ou argumentos começaram a se repetir, lembrando, conforme Minayo (9), que grandes números só seriam necessários para controle estatístico das variáveis.

Os participantes receberam informações sobre a pesquisa e, após concordarem em participar, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sob o parecer n. 326/2007.

Seguimos como referência as três etapas cronológicas sugeridas por Bardin (12), para a organização da análise dos discursos: pré-análise, descrição analítica e interpretação inferencial. Após sua realização, as entrevistas foram transcritas em sua íntegra, analisadas em profundidade, com a definição de blocos temáticos. Inicialmente, os aspectos abordados pelos trabalhadores foram analisados, buscando as reincidências das informações e os temas nomeados.

Uma vez categorizadas as falas dos trabalhadores entrevistados, mediante os objetivos propostos, foram feitas as inferências necessárias com base na literatura científica, visando alcançar o objetivo deste estudo.

Os resultados da análise das representações sociais da Fisioterapia entre trabalhadores com DORT serão apresentados com os depoimentos apresentados em blocos temáticos.

 

Resultados e discussão

Seguindo as proposições para análise e interpretação dos dados, foram construídos e nomeados os blocos temáticos abaixo descritos de forma a expressar o conteúdo presente nas representações sociais das trabalhadoras envolvidas. No primeiro, abordamos a assistência fisioterapêutica representada pelas entrevistadas, destacando a satisfação e a insatisfação das trabalhadoras perante a assistência recebida; e no segundo, apresentamos o atendimento e o acesso aos serviços de atenção à saúde do trabalhador.

Bloco temático 1 – A representação da assistência fisioterapêutica

A literatura tem incluído a análise da satisfação dos usuários do SUS como um potencial indicador da qualidade da atenção à saúde. Entretanto, os aspectos de satisfação do paciente e sua opinião ainda encontram espaço a ser investigado no meio científico, contemplando mais a qualidade técnica das especialidades clínicas (13).

A assistência fisioterapêutica representada nas falas demonstra características que podem influenciar a satisfação recebida pelas usuárias. Nos discursos, algumas participantes referem melhora com a assistência fisioterapêutica recebida, outras referem benefício passageiro, relatando dependência do tratamento e uma critica o pouco tempo de aplicação dos recursos, admitindo-os insuficientes para o benefício duradouro, como retratam os recortes das entrevistas:

[...] Quando eu faço fisioterapia melhora bem a dor, eu estou fazendo a fisioterapia [...] passei dois meses sem fazer, foi quando a dor voltou, tinha melhorado bem. [...] Aí não posso ficar sem fazer [...] (DRL);
[...] Assim... eu sinto uma melhora. Ah! Eu me sinto bem, ela passa o ultrassom, aí eu me sinto bem. Ainda falei com ela que quando eu saio, chega lá fora, volta a doer, mas não é assim... é que eu me sinto dependente. Na verdade, eu me sinto dependente da fisioterapia [...] (JSA).

[...] Quando estou fazendo, eu sinto uma melhora, mas parou de fazer, começa a doer tudo de novo. Lá onde que eu faço, eles colocam muito pouco tempo. Eles falam que colocam dez minutos, mas não são dez minutos: são cinco minutos de ondas curtas, cinco minutos de choquinho, ultrassom não é nem dois minutos. Passa o gel, passa o ultrassom, acabou... Umas três rodadas, e acabou. A sessão mesmo não dura nem 15 minutos... é muito rápido, é muito rápido, estou sendo sincera (ARR).

A satisfação dos usuários com os serviços de fisioterapia pode ser considerada, já que essa especialidade reabilita as alterações ocasionadas pelos distúrbios cinético-funcionais, levando a sintomas traumato-ortopédicos, comumente encontrados em trabalhadores comprometidos com DORT (13).

Ikari (4) et al. apontaram grande variedade de intervenções fisioterapêuticas, dentre as quais se destacaram: fisioterapia convencional; treinamento de força, resistência e coordenação; programa individual de treinamento físico; alinhamento postural; diminuição da tensão neural; fortalecimento e alongamento; readequação ergonômica do ambiente de trabalho; grupos terapêuticos; orientações para exercícios; informações sobre DORT. Verificaram evidências de melhora dos sintomas, não havendo, no entanto, uma homogeneidade nos tipos de intervenção, levando-os a ressaltar a prevenção como a melhor opção para esses trabalhadores. 

No que diz respeito ao tratamento do paciente portador de DORT, são evidentes os obstáculos encontrados pelos fisioterapeutas para executar essas atividades. A invisibilidade dos distúrbios, a evolução clínica imprevisível e a subjetividade da dor interferem drasticamente na definição de um plano de tratamento adequado (14).

As dificuldades advindas da assistência fisioterapêutica repercutem em períodos longos de tratamentos e na insatisfação dos resultados por parte das trabalhadoras com DORT, apesar de, ambiguamente, admitirem alívio dos sintomas, segundo depoimentos a seguir:

[...] Gostar, gostar, eu não gosto não... (risos) porque já estive até irritada, porque todo dia ter que sair de casa e fazer aquilo, durante uns 15 dias. Aquelas coisas que a gente faz lá, a gente faz até em casa. Botar a mão na água, fazer exercício [...]. O calor do abajur (risos) também... (LMBM).

[...] Você tem que fazer umas trinta sessões, até mais para você ter um resultado, um pouco de alívio da dor... um pouco de alívio. Até alivia aquele tempo ali, mas se você fica dois, três meses sem fazer, volta novamente. Eu vejo assim, eu tenho que viver para o resto da vida com a fisioterapia, entendeu? (EANL).

[...] Ah! eu já estou ficando cansada. Sinceramente, o tratamento em si é chato, o fato de você ter que se deslocar pra ir. Alivia um pouco... (MFE).

Encontramos, de modo quase equivalente, a menção da insatisfação quanto aos períodos longos de tratamento, evidenciando um problema advindo das características da doença, em função das limitações físicas, que afetam diretamente a qualidade de vida das trabalhadoras dentro de um contexto social.

Esse sentimento pode ser explicado pela visão reducionista do modelo biomédico adotado, por não considerar as dimensões sociais, psicológicas e comportamentais capazes de influenciar a doença (14).

As possibilidades de atuação do fisioterapeuta têm caminhado para maior adequação à política pública de saúde preconizada pelo SUS, na qual a valorização de prevenção e promoção da saúde e maior resolutividade dos atendimentos prestados representam um dos elementos norteadores das ações propostas (15).

Nas representações das participantes, percebemos certa reprodução da prática curativista, segmentada e pouco resolutiva, em que prevalece a utilização de equipamentos em detrimento das manobras corporais e holísticas:

[...] Acho que eles deveriam fazer exercício para poder esticar, entendeu? Porque eu sinto muita dor nas costas (ARL).

[...] Elas não dão atenção pra gente... elas ficam andando, você tem que ficar batendo na parede pra chamar alguém. Elas não ficam lá perto da gente. Exercício, eu não faço, tem que fazer sozinha, elas não ficam perto, aí dói para rodar a roldana. Eu não aguento, porque aí dói, entendeu? Tinha que ter uma pessoa para te orientar lá, né? Ajudar a rodar aquele "trem" lá... (AMS).

[...] É assim... nunca fiz massagem não, só os aparelhos que eu uso lá... ninguém nunca me pôs a mão. Era bom se tivesse uma pessoa que... fizesse massagem, alguma coisa assim, alguma coisa que... sei lá... Por exemplo, o braço, às vezes, quando está dormente, eu passo a mão e dá um alívio, passo a mão devagarzinho no ombro, aí eu me sinto bem... (EANL).

Para muitos usuários do serviço público, a qualidade no atendimento não está centrada em técnicas ou recursos físicos de alta tecnologia, mas na atenção desprendida ao ser humano (13).

As representações elaboradas pelos usuários mostram que a maneira como a assistência fisioterapêutica é operada ainda centra-se na resolução do problema de uma parte específica do corpo, e não numa valorização do sujeito integralmente.

O trabalhador portador de DORT deve ser visto de forma ampla, e não fragmentado em sintomas que reproduzem um modelo clínico reducionista, voltado somente para uma pequena parte do objeto: a doença e suas sequelas. Essa visão fragmentada reflete-se no perfil acadêmico do fisioterapeuta: muitos se voltam apenas para o processo de cura e reabilitação, com ênfase no modelo biomédico e individualista (16).

Augusto (14) et al. verificaram que

Aspectos éticos e humanizados da fisioterapia na UTI: uma revisão sistemática

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Aspectos éticos e humanizados da fisioterapia na UTI: uma revisão sistemática

 

Ethical and humanized aspects of physiotherapy in the ICU: a systematic review

 

 

Cíntia Helena SantuzziI; Maria Jose ScarduaII; Jacqueline Betzel ReetzIII; Kássia Santos FirmeIV; Nayla Oliveira LiraV; Washington Luiz Silva GonçalvesVI

IFisioterapeuta, doutoranda em Ciências Fisiológicas no Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC), Colatina – ES, - Brasil e-mail: cintiasantuzzi@yahoo.com.br
IIBacharel em Direito, Mestranda em Ciências Humanas no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitoria, ES - Brasil, e-mail: scarduamary@yahoo.com.br
IIIFisioterapeuta, graduada pela Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo, Vitória, ES - Brasil, e-mail: jacreetz2@hotmail.com


Desde os tempos primórdios, historia antiga, o cuidado com a saúde e a filosofia se misturava tanto no campo teórico quanto na pratica do profissional (1). Assim, essa prática também debatia o ethos– caráter, modo de ser, costume e comportamento –, trazendo para a medicina as dialéticas do bem e mal, justo e injusto, certo e errado. Isso resultou também em normas de condutas para vivência em sociedade, a qual estabeleceu uma moral que ditava as leis, como ação/sanção (1, 2). Chegamos, dessa forma, aos códigos de punições que se especificaram no período posterior à Idade Media, criando um valor moral de vivência no coletivo, sendo, enfim, absorvido pelas profissões na atualidade (2). Nesse cenário, surgem as normas morais de cada categoria profissional, incluindo a fisioterapia e a terapia ocupacional.

A modernidade e o progresso da ciência da atualidade culminaram nas especialidades da medicina e suas subdivisões. Tal avanço fracionou as ciências da área da Saúde em novas categorias, como: fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, enfermagem e a medicina em suas especializações; isso trouxe uma nova dinâmica de trabalho – a interdisciplinaridade (3). Ainda nesse sentido, o avanço tecnológico, o descoberta de fármacos anestésicos e antibióticos, o aprimoramento de técnicas cirúrgicas e o desenvolvimento de equipamentos que oferecem suporte ventilatório aos pacientes com insuficiência no sistema respiratório permitiram o surgimento das primeiras unidades de atenção aos pacientes graves, chamadas popularmente de UTIs ou Unidades de Terapia Intensiva (4, 5).

Na prática fisioterapêutica é habitual o contato direto com limitações e sequelas dos pacientes, o que exige desse profissional um alto nível de conhecimento técnico-cientifico, por vezes, dissociado das questões humanísticas (6) (Quadro 1). Em quaisquer espaços de contato entre profissional da fisioterapia e paciente, devem ser preservados os valores éticos e morais. Assim, o objetivo deste estudo foi promover uma reflexão sobre o relacionamento ético do fisioterapeuta nas Unidades de Terapias Intensivas.

 

Materiais e métodos

Este trabalho consiste de uma revisão de literatura de artigos científicos, livros e periódicos datados de 1998 a 2010. Referências extraídas de diferentes fontes científicas, nacionais e internacionais, corroboram esta revisão, que se reveste de grande importância no processo de investigar o problema posto.

Para tanto, foi realizado um amplo levantamento bibliográfico; as referências que preencheram os critérios de inclusão foram avaliadas. O critério de inclusão do estudo foi uma abordagem a respeito do tema "ética do profissional da fisioterapia nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI)". Para tanto, foram selecionados: (a) reflexão ética; (b) ética profissional/formação educação; (c) estudos de revisões; (d) pesquisa de campo; (e) estudo de caso; (f) humanização na UTI; e (g) revisão histórica.

Para o levantamento dos artigos, foram consultadas as bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO, usando-se os descritores "ética em fisioterapia nas UTIs" e combinações dos descritores "fisioterapia", "ética/bioética", "UTI/CTI (Centro de Terapia Intensiva)", "humanização" e "saúde". A seguir, outras combinações com o descritor "fisioterapia" foram exploradas, e à medida que novos descritores eram identificados nos textos, eles passavam a incorporar o repertório de busca. Ao final, foram utilizados em combinação com "fisioterapia" e/ou "CTI/UTI" os seguintes descritores: formação ética, humanização, equipe multiprofissional, moral, dilemas éticos, estresse e abordagem antropológica. Os mesmos descritores e suas combinações foram buscados utilizando a língua inglesa.

Após avaliação dos resumos, os estudos que atenderam aos critérios de inclusão foram selecionados. O corpus gerado pelo levantamento bibliográfico consistiu de 23 registros de produções, cujos dados foram organizados em um banco de dados, os quais foram analisados em diferentes recortes: por domínio e temática, tipos de veículos de divulgação e sua indexação, procedência dos autores, regionalização do trabalho, palavras-chave, descritores, referências bibliográficas e conteúdo.

Desses 23 registros, quatro têm significante interface da fisioterapia com a ética nas UTIs e, por esse motivo, foram contados individualmente. Para esses registros, o critério da seleção foi a de que os textos fossem de fisioterapia e se referissem no atendimento em UTI sob os aspectos éticos.

Procurou-se, então, no conjunto das obras de referência o respaldo necessário para sua abrangência, de forma a poder compreender melhor o contexto ético do atendimento fisioterapêutico nas UTIs.

 

Fundamentação teórica

Ética, moral e bioética

Ética é considerada a ciência da conduta, embora não se limite a determinar o modo de agir; pois esse faz parte do campo da moral; ou seja, a ética se constitui na ideia – nos valores; no caráter; na cultura familiar, social e histórica (7). Um dos objetivos da ética é ser o fundamento das regras propostas pela moral e o direito (2, 7). Contudo, a moral se substancia no conjunto de normas, preceitos e regras de conduta. O que quer a moral é estabelecer a convivência no coletivo, o bem-estar do individuo em sociedade (8).

Em relação ao direito, o Estado precisou intervir nas relações para melhor defini-lo, a necessidade era e é de um agente imparcial para mediar os conflitos das relações humanas, criando-se então os códigos, leis e normas (7, 9). No que se refere às categorias profissionais, surgiu a necessidade de estabelecer regras com a finalidade de instituir os princípios ético-morais pelos quais os profissionais poderiam se guiar, regulando, assim, sua atuação. Esses princípios estão estabelecidos nos "códigos de ética profissional" que são específicos para cada categoria profissional, aqui observado e reflexivo o código de ética dos profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais (10, 11).

O código de ética do fisioterapeuta e terapeuta ocupacional – respeitando a Resolução Coffito-10, de 3 de julho de 1978, organizada em dois grandes capítulos: I – Das responsabilidades fundamentais e II – Do exercício profissional – tem seus alicerces na dignidade da pessoa humana, propondo exercer a atividade com respeito à vida desde a concepção até a morte. O código ainda promove o respeito aos direitos do paciente independentemente de qualquer consideração relativa a etnia, nacionalidade, afiliação política, religião, sexo e condições socioeconômicas e culturais, de modo que a prioridade no atendimento obedeça exclusivamente à razão de urgência (10, 12).

Na expectativa de retorno da ética à discussão da saúde, temos o surgimento da bioética, a qual se apresenta como uma "ética aplicada" que estuda as dimensões morais, incluindo visão moral, decisões, condutas e políticas das ciências da vida e atenção à saúde. Desse modo, a bioética tem por objetivo esclarecer e resolver questões éticas suscitadas pelos avanços e aplicação das tecnologias na biomédica (13).

Unidade de Terapia Intensiva (UTIs)

As UTIs foram concebidas com a finalidade de oferecer atenção contínua e suporte avançado aos pacientes críticos, com risco de morte, lançando mão de recursos de alta tecnologia que auxiliam ou substituem a função de órgãos vitais. São inegáveis os benefícios advindos do progresso da ciência (14). Sem a utilização da tecnologia na recuperação da saúde e manutenção da vida, provavelmente a expectativa de vida não teria crescido tanto nos últimos 50 anos (14); os índices apontam para um aumento de aproximadamente 25 anos, sendo que a expectativa é de que em 2050 esse número suba para 31 anos (IBGE).

Entretanto, a rotina estabelecida nesses centros é bastante rigorosa devido à necessidade de monitorização contínua e a presença de pacientes graves, o que inviabiliza a presença de acompanhante e a utilização de pertences pessoais por parte dos pacientes, e ainda exige dos profissionais e visitantes um contato mais contido a fim de minimizar possíveis complicações (14, 15).

Vale ressaltar ainda as características físicas desse ambiente: a presença de ruídos – desde vozes dos profissionais até os sons das aparelhagens, com seus alarmes sonoros; um odor no ambiente – uma mistura de cheiros (desinfetante, medicações, materiais para curativos e de secreções); ambiente muito claro, iluminado artificialmente por luz fluorescente, com janelas sempre fechadas e recobertas, impossibilitando ver a luz do dia; temperatura fria e mantida regularmente. Essas características tornam o espaço pouco humanizado (16, 17, 18). De acordo com Pessini (17), com frequência, são observados ambientes tecnicamente perfeitos, mas sem alma e ternura humana. Essa desumanização do cuidado é ainda mais notória nas UTIs, em que, por conta do domínio operacional dos aparelhos e a realização de procedimentos técnicos, o cuidador e o ser cuidado parecem estar afastados.

Sendo assim, o profissional inserido nesse espaço tem como norteador do exercício da profissão a responsabilidade de promover ao paciente um atendimento que minore o desconforto e a vulnerabilidade no sofrimento tanto da família quanto do doente (19).

O fisioterapeuta nesse contexto

A fisioterapia surgiu inicialmente da medicina de reabilitação e atualmente apresenta-se como profissão fundamentada na prevenção e tratamento de saúde no processo de recuperação (20).

Na década de 70, os fisioterapeutas começaram a se inserir em equipes multidisciplinares, participando das tomadas de decisão e trazendo para si a problemática da atuação ética (20, 21). Entretanto, nem todos os profissionais ao longo desses anos receberam uma formação acadêmica que discutisse questões sobre ética/bioética, devido a um processo histórico de constantes alterações curriculares na formação do profissional fisioterapeuta (3, 22, 23). A profissão, no entanto, evoluiu rapidamente e com grandes perspectivas de crescimento; derivada da medicina, também reproduziu o processo de subdivisão em especialidades, dentre elas a fisioterapia intensiva (3).

A evolução da autonomia dos fisioterapeutas compreende a liberdade e a independência para efetuar e executar julgamentos profissionais (6, 24) (Quadro 1). Essa evolução gerou maior autonomia dos profissionais no que se refere ao processo de tomada de decisões em saúde, mas trouxe, também, dilemas e responsabilidades éticas mais complexas (25). Como outras profissões da Saúde, a prática profissional gera desafios de ordem moral, os quais são decorrentes de mudanças sociais e da utilização das tecnologias no cotidiano da profissão (8, 11).

O dilema ético pode ocorrer quando um profissional da Saúde depara-se com situações em que duas possibilidades de tratamento ou condução de um caso são possíveis (25). Ambas têm justificativas técnicas, mas apresentam questionamento moral e social divergente (22). Para Badaró e Guilhem (21), dilemas éticos foram considerados como conflitos vivenciados pelos profissionais de saúde no exercício da profissão. Em seu estudo, os principais dilemas apontados pelos fisioterapeutas foram: a desvalorização social (baixos salários, domínio da medicina, impossibilidade de pedir exames), relacionamento profissional (tomada de decisão, ausência de unidade), ética profissional (desrespeito ao paciente) e carência de cientificidade. Na especialidade de intensivista, soma-se ainda o fato de o profissional lidar com quadros de extrema gravidade e instabilidade, o pouco preparo para enfrentar com as situações de morte, a frequência em emergências e a necessidade de encarar o sofrimento dos familiares (15, 17).

Segundo Araújo e Silva (26), para humanizar o processo de morte nas UTIs, uma boa alternativa seria a adoção dos princípios e das práticas dos cuidados paliativos. O que a princípio parece um paradoxo, na verdade, é uma esperança possível para a operacionalização de ações que permitem um cuidado de maior qualidade ao fim da vida.

Outro dilema bem discutido no ambiente das UTIs é a questão da privacidade do paciente; o fisioterapeuta, assim como outros profissionais inseridos nesse ambiente, enfrenta diariamente esse dilema. De fato, explorar a questão da invasão da privacidade do paciente em diferentes circunstâncias na esfera da assistência em UTI, inclusive relacionada à nudez do paciente, não é uma tarefa fácil (27). A manutenção da privacidade do paciente é um desafio para a equipe, pela própria especificidade da assistência e característica das UTIs (28). Entretanto, observa-se claramente que ações direcionadas à preservação da privacidade do paciente e atitudes de respeito transmitem segurança e, a partir disso, o paciente passa a confiar mais na equipe e reconhece o esforço empreendido.

Diante disso, o conhecimento ético pode, por vezes, ficar no esquecimento devido à rotina estressante das UTIs e às características ambientais específicas desses centros. Dessa forma, os princípios éticos dos profissionais da saúde reforçam a necessidade do cuidado personalizado e individualizado, voltado às exigências de cada pessoa, respeitando seus valores e sua cultura (29) (Quadro 1). Logo, é necessário desenvolver as técnicas preconizadas pela profissão, porém não se podem contrariar os preceitos da bioética (30).

Contudo, tornam-se urgentes mudanças na forma de gerir a relação entre o paciente e o profissional da saúde (fisioterapeuta), objetivando aprimorar as relações humanas em todos os níveis e melhorar o relacionamento entre equipe de saúde, paciente e familiares (31, 32) (Quadro 1).

 

Efeito agudo de diferentes formas de aquecimento sobre a força muscular

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Os exercícios físicos são movimentos corporais planejados, estruturados e cíclicos, feitos para manter e melhorar um ou mais componentes do condicionamento físico (1). Dentre estes componentes está a força muscular, a qual é definida como a capacidade do músculo esquelético produzir tensão e torque máximos.

Para aperfeiçoar o treinamento de força muscular, são utilizadas várias técnicas de aquecimento, visando a alcançar benefícios como: aumento da temperatura muscular, do metabolismo energético, da elasticidade do tecido conjuntivo, do débito cardíaco, da velocidade de transmissão do impulso nervoso (melhorando a sensibilidade dos proprioceptores, o recrutamento das unidades motoras, a coordenação e a capacidade de suportar carga); diminuição da viscosidade do sistema músculo-tendíneo; redistribuição do fluxo sanguíneo e melhora da difusão do oxigênio disponível nos músculos (2-4).

Dentre as diversas técnicas realizadas previamente a um exercício resistido, e que serão abordadas neste estudo, encontram-se o alongamento e o aquecimento aeróbico. O alongamento muscular é frequentemente efetuado nas práticas desportivas, com o objetivo de aumentar a flexibilidade muscular e a amplitude articular, assim como, possivelmente, melhorar o desempenho atlético (5). Já os exercícios aeróbicos tendem a aumentar a temperatura corporal, possibilitando maior velocidade das reações químicas no corpo humano (6).

Embora a literatura evidencie os benefícios do aquecimento, ainda surgem divergências quanto ao tipo de aquecimento que seria mais eficiente para melhorar o desempenho nos exercícios resistidos (7). O treinamento da flexibilidade realizado antes desses exercícios vem trazendo controvérsias no âmbito científico no que se refere aos seus efeitos para a performance muscular do indivíduo (8). Pesquisas comprovam que o alongamento pode prevenir encurtamentos teciduais, otimizando o desenvolvimento de contrações voluntárias máximas e o desempenho muscular, o que contribuiria para o treino de força e potência (9, 10). Porém, estudos apontam que a realização de exercícios de alongamento antes das atividades que envolvam força acarreta prejuízo ao desempenho desta (11-15). Entretanto, alguns autores não observaram efeitos deletérios dos exercícios de flexibilidade e de outras formas de aquecimento sobre a força muscular (16-18).

Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a força muscular dos extensores do joelho, antes e após a aplicação de aquecimento com alongamento estático, exercício aeróbico e associação de ambos, verificando, dessa maneira, os efeitos dos diferentes tipos de aquecimento sobre a força muscular.

 

Materiais e métodos

Casuística

Foram selecionados para este estudo 18 indivíduos do sexo feminino, porém dois deles foram excluídos por apresentarem dor durante a realização dos testes, resultando em uma amostra constituída por 16 participantes (22,5 ± 4,7 anos, 162 ± 6,13 cm, 54,89 ± 7,26 kg e 20,8 ± 1,83 kg/m2). Os critérios de inclusão foram: a) serem classificados como ativos ou irregularmente ativos por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta; b) não apresentarem lesões osteomioarticulares que dificultassem a realização da avaliação e a aplicação do programa de exercícios.

Todos os voluntários foram informados sobre os objetivos e procedimentos do estudo e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética das Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil), com parecer n. 025/2010, e está de acordo com a Resolução n. 196/96 de pesquisa em seres humanos, do Conselho Nacional de Saúde.

 

Procedimentos

Todos os procedimentos foram realizados nas dependências da Clínica do Joelho (Curitiba, PR), com o auxílio da fisioterapeuta da clínica e colaboradora da pesquisa, da seguinte maneira:

 

 

Objetivando reduzir a margem de erro durante arealização das avaliações, foram adotadas as seguintes estratégias: a) instruções padronizadas sobrerotina de exercícios e coleta de dados foram oferecidas antes de cada procedimento; b) o avaliador estava atento quanto à posição adotada pelo praticanteno momento da avaliação; c) cada procedimento foiorientado e/ou executado por um único avaliador.

Todas as avaliações da força de contração voluntária máxima (FCVM) da musculatura extensora do joelho foram realizadas no dinamômetro isocinético (CYBEX - modelo NORM 7000). Somente o membro dominante foi avaliado. A descrição das etapas do estudo encontra-se a seguir:

Avaliação da FCVM de extensão do joelho sem aquecimento prévio

Primeiramente, a dominância do membro inferior foi identificada. O eixo de rotação do dinamômetro foi alinhado com o eixo anatômico do joelho (epicôndilo lateral do fêmur), enquanto que o braço de alavanca do dinamômetro foi fixado na região distal da perna (5 cm acima do maléolo medial), de forma a permitir um arco completo de dorsiflexão do tornozelo. A amplitude da angulação do teste foi limitada em 90º com início em 0º de extensão e término em 90º de flexão do joelho (19), sendo feita a correção da gravidade como parte dos procedimentos de preparo do dinamômetro (20, 21). O encosto da cadeira do dinamômetro foi ajustado a um ângulo de 120º, a fim de aumentar a inclinação do quadril e, por conseguinte, aumentar o alongamento do músculo reto femoral e diminuir a coativação dos músculos isquiotibiais (22), fazendo assim com que haja maior produção de força do quadríceps femoral (22). Durante a avaliação, os sujeitos receberam orientação para segurarem firmemente nos apoios laterais do assento, auxiliando a realização da força durante o movimento contrarresistido (Figura 1). Este foi executado a uma velocidade angular de30º/s – considerada lenta, segundo Terreri et al. (23) –, usada para aquisição de maior produção de força (21, 23, 24).

 

 

Em seguida, executou-se um período de familiarização ao equipamento, que incluiu a realização de três contrações submáximas dos extensores de joelho (25), a fim de possibilitar o aprendizado do movimento com o funcionamento da máquina e o recrutamento de unidades motoras (26). Após a familiarização aguardou-se 45 segundos para a avaliação inicial, na qual o indivíduo realizou uma contração máxima (fase concêntrica e excêntrica). Segundo Dvir (25), um intervalo entre as séries de 30 a 60 segundos é suficiente para recuperação muscular e desempenho ideal na sequência do teste. Neste momento, foram coletadas e registradas, por meio do dinamômetro, as seguintes variáveis isocinéticas: pico de torque concêntrico (PTC), pico de torque excêntrico (PTE) e trabalho total (TT).

Aquecimento

Após um período mínimo de 48 horas (27, 28) da avaliação inicial, os sujeitos foram submetidos a um programa de aquecimento, sendo selecionados aleatoriamente para fazerem parte de um dos três grupos – alongamento estático (GAE), exercício aeróbico (GEA) ou exercício aeróbico mais alongamento estático (GAE+GEA).

Os voluntários participantes do grupo GAE (seis indivíduos) foram submetidos ao alongamento passivo do músculo quadríceps. Após serem orientados, foramposicionados em decúbito dorsal com os membrosinferiores para fora da maca. Inicialmente, o membro não dominante deveria permanecer em flexão dequadril e joelho, sendo mantido pelo participante emdireção ao tórax (abraçando o membro) enquanto omembro dominante, com auxílio do avaliador, era posicionado em extensão de quadril e flexão de joelho até o limite no qual o participante referisse estar sentindotensão máxima suportável de alongamento da musculatura extensora de joelho, porém sem sentir dor.Neste momento, o alongamento foi mantido durante30 segundos (29). Após um intervalo de 1 minuto, oprocedimento foi repetido no mesmo membro (20).Realizaram-se quatro repetições em cada membro inferior (29) de maneira alternada.

Os seis indivíduos que participaram do grupo GEA realizaram o aquecimento na bicicleta ergométrica (Ergofit®, modelo 167). Foram posicionados e orientados pelo avaliador, da seguinte maneira: a altura do banco foi definida com base na altura da espinha ilíaca ântero-superior do voluntário e a distância do banco para o guidom ajustada com base na flexão do tronco em aproximadamente 30 graus (28). O exercício foi realizado à velocidade entre 60 e 70 rpm (30), com carga de 50 W (30), durante 10 minutos (28).

Para o grupo GAE+GEA foram realizados os mesmos exercícios do grupo GAE e GEA, seguidamente um ao outro, com intervalo de um minuto entre o alongamento estático e o exercício aeróbico. Este grupo foi constituído de quatro participantes, pois dois foram excluídos do estudo por apresentarem dor durante a realização dos testes.

Reavaliação da FCVM de extensão do joelho após aquecimento prévio

Um minuto após o aquecimento, os sujeitos foramreavaliados no dinamômetro isocinético, seguindo osmesmos parâmetros da avaliação inicial. Para comparação da força da musculatura extensora de joelhosem e com aquecimento prévio, foram coletadas eregistradas as seguintes variáveis isocinéticas: PTC,PTE e TT. Os resultados de pico de torque foram extraídos do melhor ângulo de produção de força dadopelo gráfico produzido pelo dinamômetro, e o trabalho total foi obtido pela soma do trabalho concêntrico e do trabalho excêntrico de 1-RM.

Análise estatística

O teste de Kolmogorov-Smirnof foi aplicado para confirmar a normalidade dos dados. Assumindo-se uma distribuição normal, um número de análises de variância ANOVA multifatorial com medidas repetidas foi aplicado para testar as diferenças entre os grupos experimentais GAE, GEA e GAE+GEA. O teste de Tukey foi aplicado quando houve diferença entre os grupos para determinar onde as diferenças ocorreram. Os testes estatísticos para todas as variáveis analisadas apresentaram nível de significância de p < 0,05 e foram aplicados por meio do software Statística® versão 7.0.

 

Resultados

O presente estudo objetivou avaliar a força muscular dos extensores do joelho, antes e após a aplicação de aquecimento com alongamento estático, exercício aeróbico e a associação de ambos. Para tanto, analisou-se o PTC, o PTE e o TT antes e depois dos diferentes protocolos aplicados.

As Figuras 2, 3 e 4 apresentam, respectivamente,a média e o desvio-padrão do PTC, PTE e TT, antes edepois do alongamento estático, do exercício aeróbico e da associação de ambos. Observa-se que as diversas técnicas realizadas previamente ao exercícioresistido, neste estudo, não produziram diferençasestatisticamente significativas inter e/ou intraprotocolos nas variáveis analisadas (p < 0,05), ou seja, nãohouve alteração do desempenho de força muscular.

 

 

 

 

 

 

Discussão

Neste estudo, a força muscular de extensão do joelho foi avaliada antes e após a aplicação de alongamento estático, aquecimento aeróbico e associação de ambos, a fim de avaliarem-se os efeitos dos diferentes tipos de aquecimento sobre a força muscular. De forma geral, os resultados indicaram não haver influência significativa inter e/ou intraprotocolos nas variáveis observadas (PTC, PTE e TT).

Estes resultados assemelham-se aos de Amaral et al. (16), que verificaram a influência do alongamento no desempenho da força de membros inferiores no teste de 1 RM em atletas. Para tanto, após a familiarização, os indivíduos, em uma sessão, realizavam o aquecimento em bicicleta durante 10 minutos mais o alongamento estático, e na sessão seguinte, realizavam o aquecimento somente na bicicleta. Após cada sessão a carga máxima foi reavaliada e concluiu-se que os diferentes aquecimentos aplicados não influenciaram negativamente o desempenho de 1 RM. Este achado, apesar de amostra e método de avaliação distintos, corrobora os resultados do estudo em questão.

Em revisão de literatura realizada por Shrier et al. (11), com o objetivo de avaliar se o alongamento proporciona melhorias no desempenho, verificou-se que 22 dos 23 artigos analisados sugeriram não haver nenhum tipo de benefício para a força isométrica, torque isocinético ou para o salto em altura. Exemplificando este resultado, pode-se observar que no presente estudo o alongamento também não foi capaz de alterar as variáveis relacionadas à força muscular.

O estudo de Fermino et al. (31), com 12 voluntários, observou não haver diferença significativa no número máximo de repetições em cada série com carga para 10 RM no exercício de mesa flexora, independentemente da forma de aquecimento realizado: alongamento por meio do método passivoestático ou aquecimento específico. Isso demonstra que aquecimentos gerais, como alongamentos e exercícios que

Resumo sobre articulações sinoviais

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Elemento interposto entre as peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia ou líquido sinovial;

Essa característica garante maior mobilidade a essas articulações;

Principal meio de união entre as extremidades ósseas da articulação é a cápsula articular.

Características comuns a todas as articulações sinoviais: presença de cápsula articular, cavidade articular e líquido sinovial;

Superfícies articulares são revestidas em toda a sua extensão por cartilagem articular hialina;

A integridade da cartilagem articular está ligada a fatores como grau de funcionalidade e alinhamento biomecânico da articulação.

Outros componentes adiante...


Cápsula Articular

- Membrana de tecido conjuntivo que envolve a articulação sinovial como um manguito;

- Possui uma membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna);

- Ligamentos capsulares, extra-capsulares e intracapsulares auxiliam a cápsula na importante função de manter a estabilidade articular.

- Cavidade articular é o espaço virtual onde se localiza o líquido sinovial.

- O líquido sinovial é transparente e viscoso;Funções: Nutrição e lubrificação das articulações, com um mínimo de atrito e desgaste.



Discos articulares e Meniscos

- Formações fibrocartilaginosas encontradas em várias articulações sinoviais, interpostas às superfícies articulares;

- Funções: Otimizam a adaptação das superfícies que se articulam, aumentando a congruência entre elas; recebem cargas importantes, agindo como amortecedores.

Bursas e Bainhas Sinoviais


- Sacos fechados de revestimento sinovial presentes entre mm, tendões, ossos e ligamentos e que visam facilitar o deslizamento dessas estruturas.

- Bainha sinovial de tendões facilita o deslizamento destes quando passam através de túneis fibrosos e ósseo



Classificação Funcional das Articulações Sinoviais

- Mono-axiais: Articulações realizam movimentos em torno de um eixo, ou seja, possuem apenas 1 grau de liberdade;

- Bi-axiais: Articulações realizam movimentos em torno de dois eixos de movimento. Portanto, possuem 2 graus de liberdade;

- Tri-axiais: Articulações realizam movimentos em todos os eixos de movimento, possuindo 3 graus de liberdade


Classificação Morfológica das Articulações Sinoviais



- Critério básico para classificação é a forma das superfícies articulares;

- A variedade e a amplitude dos movimentos realizados em uma articulação dependem da morfologia das superfícies que entram em contato;

- Há grandes divergências quanto a essa classificação no que diz respeito à nomenclatura.


Articulações Sinovias Planas

- Superfícies articulares planas ou ligeiramente curvas;

- Permitem discreto deslizamento das superfícies em qualquer direção;

- Amplitude de movimento reduzida.

- Ex: articulações inter-társicas


Articulações sinoviais em Gínglimo ou Dobradiça


- Também chamadas de articulações em dobradiça

- São mono-axiais e só se movimentam em torno do eixo látero-lateral- flexãoextensão.

- Nessa categoria nem sempre a forma definirá a articulação como gínglimo. Ex: articulação úmero-ulnar no cotovelo

Articulações Sinoviais Trocóides

- Superfícies articulares tem aspecto cilindróide;

- São mono-axiais e permitem apenas a rotação, em torno do eixo céfalo-caudal;

- Exemplo: Articulação rádio-ulnar proximal


Articulações Sinoviais Condilares

- Superfícies articulares tem forma elíptica (elipsóide);

- Permitem flexão e extensão e adução e abdução;

- São bi-axiais, pois possuem dois eixos de movimento: látero-lateral e ântero-posterior

- Ex: articulação rádio-cárpica


Articulações Sinoviais em Sela

- Nessa categoria, uma das superfícies articulares tem forma de sela;

- Apresentam concavidade em um sentido e convexidade em outro e se encaixa em

uma peça onde esse sentido é inverso;

- São bi-axiais e permitem movimentos ao longo dos eixos ântero-posterior e látero-lateral.

- Ex: articulação trapézio-metacarpal do polegar


Articulações Sinoviais Esferóides


- Superfícies articulares esferóides que se encaixam em receptáculos ocos;

- São tri-axiais, ou seja, permite movimentos em torno dos três eixos;

- Exemplos: articulações gleno-umeral e coxo-femoral.


Articulações Siviais Simples x Compostas


- Simples: Quando a articulação é formada por duas peças ósseas. Ex: Articulação tíbiotársica

- Compostas: Quando a articulação é formada por três ou mais peças ósseas. Ex: Articulação do cotovelo

Conceito Bobath

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O Conceito Bobath, é um tipo especializado de Fisioterapia, constituído principalmente pelo trabalho do Neuropediatra Dr Karel Bobath e de Sua Esposa a Fisioterapeuta Berta Bobath, através de 25 anos de pesquisa. Na atualidade o tratamento por eles desenvolvido é bem conhecido e aceito em vários países (Bobath, 1990). O princípio do Conceito Bobath é a inibição dos padrões reflexos anormais e a facilitação dos movimentos normais.

No Método Bobath, o paciente aprende a sensação do movimento, e não o movimento em si. O objetivo é facilitar o movimento motor e inibir movimentos e posturas anormais. Segundo a Terapeuta Ocupacional, Lélia Elena Zonzini Ramos, este método é extremamente importante para o desenvolvimento motor da criança, podendo ser aplicado precocemente em bebês, antes que se estabeleçam as desordens de postura e de movimentos, que, em muitos casos, podem ser evitadas.

A senhora Bobath descobriu a técnica há 30 anos. Como só obteve resultados por breves períodos, ela continuou suas pesquisas e observou que podia conseguir um aumento do tônus muscular combinando a técnica de inibição com a técnica de facilitação. Assim, o trabalho muscular passou a permitir ao paciente, uma melhor sustentação da cabeça, da rotação da cabeça e do tronco e conseqüentemente, uma melhor reação de equilíbrio. A partir daí, o paciente conseguiria então, desenvolver uma maior capacidade sensorial e motora dos seus movimentos.


A Bola de Bobath é um dos equipamentos mais utilizados neste conceito. Outros equipamentos são: o rolo, o andador, o espelho, etc... A indicação do(s) equipamento(s) depende(m) do comprometimento neuro-motor e da inabilidade dos movimentos de cada paciente.
"Esta técnica é empregada em crianças com paralisia cerebral e outros problemas neurológicos de origem central como: traumatismos cranianos e hemiplegia", cita Lélia. "Podemos definir o Método Bobath como uma técnica de reabilitação neuromuscular que utiliza os reflexos e os estímulos sensitivos para inibir ou provocar uma resposta motora, sempre respeitando os princípios da normalização do tônus e da experimentação de um movimento ou de um controle estático normal", completa a Terapeuta Ocupacional.

O tratamento realizado pela fisioterapia inclui movimentos ativos e passivos, mas só os ativos podem dar as sensações essenciais para a aprendizagem dos movimentos voluntários. É indicado para adultos e crianças com disfunções neuro-motoras. O método demonstra que muitas posturas desordenadas e movimentos típicos, por exemplo, da paralisia cerebral, são o resultado de reações posturais não controladas e que persistem até idades em que elas já são consideradas anormais.

O objetivo dessa técnica é diminuir a espasticidade muscular e introduzir os movimentos automáticos e voluntários, a fim de preparar o paciente para os movimentos funcionais, onde o tônus anormal pode ser inibido e os movimentos mais normais, facilitados.

"O Bobath trabalha com a facilitação do movimento, ou seja, solicita-se ajustamentos automáticos na postura, a fim de produzir reações automáticas de proteção, endireitamento e equilíbrio. A faci1itação, então, baseia-se nas reações de endireitamento (são reações estático-cinéticas que estão presentes desde o nascimento e se desenvolvem, obedecendo uma ordem cronológica) e nas reações de equilíbrio, a partir dos movimentos que produzem adaptações posturais possíveis para mantê-lo. Dentro da compreensão do movimento normal, incluindo a percepção, usa-se a facilitação de movimentos e posturas seletivas, objetivando-se um aprimoramento da qualidade de vida do paciente", finaliza a Fisioterapeuta Maria Cristina Ricetto Funchal Oliveira.


Indicações do Método:

- Variar posturas
- Aumentar o controle sobre esta postura
- Simetria do corpo
- Alongamento
- Propriocepção
- Aumentar ou diminuir tônus muscular
- Estimular reação de proteção e equilíbrio
- Estimular extensão de cabeça, tronco e quadril nas crianças hipotônicas
- Suporte de peso para as mãos
- Trabalhar as rotações do tronco
- Trabalhar a dissociação de cintura pélvica e escapular, facilitando a marcha

A Bola de Bobath é um dos equipamentos mais utilizados neste conceito. Outros equipamentos são: o rolo, o andador, o espelho, etc... A indicação do(s) equipamento(s) depende(m) do comprometimento neuro-motor e da inabilidade dos movimentos de cada paciente.


* Como indentificar crianças com altas habilidades
* Super dotação em idade pré escolar
* Metodologia e estratégias pedagógicas

Concurso do INSS na área de fisioterapia será anulado, diz Funrio

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candidatos presta BO na delegacia (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

A Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio) decidiu anular, em todo o país, a prova para analista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na formação de fisioterapia. O coordenador de projetos da Funrio, Marco Aurélio, afirmou ao G1 no início da tarde desta segunda-feira (14) que a fundação vai publicar um comunicado no site e marcar uma nova prova para a área em data a ser definida.

Na tarde deste domingo (13), um grupo de candidatos da área de fisioterapia deixou de prestar concurso, em Juazeiro do Norte, na cidade no sul do Ceará, por falta de provas. O envelope continha apenas seis provas para um total de 60 candidatos que prestariam o exame em uma das salas de uma escolar particular da cidade.

Segundo o candidato Phyllyp Borges, no momento de começar o teste, a fiscal mostrou o envelope lacrado e, ao abrir, descobriu que faltavam 54 provas. De acordo com o relato dos candidatos, os portões foram abertos às 13h.

O concurso deveria ter começado às 14h, mas, segundo eles, até 15h30, as provas não tinham sido distribuídas porque faltavam testes. O coordenador de aplicação de provas foi chamado ao local e conseguiu mais 17 provas em outras salas, no entanto, o número ainda era insuficiente. Então, tirou cópias em uma máquina de xerox. Ao voltar à sala, conversou por telefone com a Funrio e comunicou que os testes não iriam ser aplicados. Houve bate-boca e os candidatos afirmam que o coordenador agiu de forma rude. Nas demais salas, em Juazeiro do Norte, os candidatos prestaram o exame.

"É uma grande decepção para gente. Por que todos nós estudamos muito para fazer a prova. Concurso de renome nacional não pode acontecer isso. Fazer você passar por um constragimento desses. Não há palavras para descrever o que estamos sentimos agora", relatou a fisioterapeuta Kiara Monteiro.

As provas objetivas do concurso para o cargo de analista do seguro social do INSS foram aplicadas pela Funrio em 98 cidades brasileiras para 164.209 candidatos, com salário de R$ 7.147,12.  Em todo o país, 12.613 se inscreveram para a área de fisioterapia.

Polícia
O delegado regional de Juazeiro do Norte, Vítor Timbó, afirma que foram registrados mais de 40 BOs sobre o sumiço das provas neste domingo. Ele vai enviar todos os depoimentos para a Polícia Federal, por se tratar de um órgão federal. "Como eles não estavam com regime de plantão para atender essas pessoas fizemos esse atendimento trabalhando em conjunto. Nesta segunda-feira (14) estaremos remetendo o boletim de ocorrência com o nome das pessoas que realizaram o cadastro como testemunho para averiguarmos a situação", afirmou o delegado Vitor Timbó.


Correr e caminhar proporcionam os mesmos benefícios para o coração?

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Correr e caminhar proporcionam os mesmos benefícios para saúde desde que impliquem em gastos energéticos semelhantes. Esta é constatação de pesquisadores norte-americanos que acompanharam por mais de 6 anos um total de 15.945 corredores e 33.060 caminhadores.

"O mesmo gasto de energia entre os indivíduos que correram ou caminharam resultou em reduções semelhantes nos riscos de hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol elevado), diabetes e doença arterial coronariana (formação de placas de gordura na parede das artérias do coração), disse o Dr. Paul Williams, pesquisador do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, em Berkeley, Califórnia (Estados Unidos).

A análise destes dois grupos de esportistas demonstrou que os corredores geralmente gastam cerca de duas vezes mais energia do que os indivíduos que caminham e, portanto, obtiveram maiores benefícios para a saúde.

"Quanto maior a duração da corrida ou caminhada, maiores eram os benefícios observados. Se a quantidade de energia gasta for a mesma entre os dois grupos de esportistas, os benefícios para a saúde serão comparáveis. Caminhar pode ser uma atividade mais factível e sustentável para algumas pessoas em ternos de execução. No entanto, aqueles que escolhem correr acabaram dispendendo o dobro de gasto de energia quando comparados com aqueles que apenas caminham", finaliza o Dr. Willians.

Fonte: Arteriosclerosis, Thrombosis and Vascular Biology.

Estiramento muscular durante a prática de atividade física

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O estiramento muscular é uma lesão indireta que se caracteriza pelo alongamento excessivo das fibras musculares, ou alongamento além dos limites normais, também chamados de fisiológicos. Esta lesão é uma das mais frequentes nos esportes em geral, e acarreta modificações significativas nos hábitos de treinamento e competição dos praticantes.

Os músculos posteriores da coxa, os músculos da panturrilha, a musculatura interna da coxa e o músculo anterior da coxa, são mais susceptíveis a esta lesão, também denominada distensão. Estudos científicos indicam a junção músculo-tendão como o principal local de acometimento da lesão, porém qualquer ponto ao longo do músculo é suscetível à mesma. Veja a figura abaixo:

Os estiramentos podem ser classificados de acordo com as dimensões da lesão em:
Grau I – é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (lesão < 5 do músculo). A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular contra-resistência e pode ser ausente no repouso. O edema pode estar presente, mas, geralmente, não é notado no exame físico. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida. Grau II – Neste caso, o número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores (lesão > 5 e < 50 do músculo), com as mesmas características da lesão de primeiro grau, porém com maior intensidade. Acompanha-se de: dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais acentuado e redução da função muscular. A resolução é mais lenta. Grau III - Esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele (lesão > 50 do músculo), resultando em uma importante perda da função com a presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes. Dependendo da localização do músculo lesionado em relação à pele adjacente, o edema, a equimose e o hematoma podem ser visíveis, localizando-se geralmente em uma posição distal à lesão, devido à força da gravidade que desloca o volume de sangue produzido em decorrência da lesão. O defeito muscular pode ser palpável e visível.
Causas do estiramento

Os fatores predisponentes aos estiramentos são: deficiências de flexibilidade, desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas (agonistas e antagonistas), lesões musculares pregressas, distúrbios nutricionais e hormonais, infecções, fatores relacionados ao treinamento, incoordenação de movimentos, técnica incorreta, sobrecarga e fadiga muscular, má postura durante a execução do treino, discrepância de comprimento de membros inferiores, diminuição da amplitude de movimento, e o mais importante, sem desconsiderar os outros pontos : insuficiência no aquecimento inicial antes da prática dos exercícios.

O aquecimento geral estimula a sinóvia, uma película de revestimento articular, a produzir líquido sinuvial, um líquido que lubrifica e nutre a cartilagem articular. Um aquecimento de 10 minutos aumenta em 13% a produção deste líquido. Então, antes de se exercitar caminhe, movimente não só os membros inferiores nesta caminhada, mas também os superiores. Movimentação livre dos braços e pernas também ajuda.

Porém cuidado! É a contração rápida e explosiva que, fundamentalmente, proporciona o surgimento da lesão. Outros fatores como o estado de condicionamento físico da pessoa, condições climáticas e o estado de equilíbrio emocional, contribuem para o mecanismo de lesão acontecer.
O tratamento

Quando ocorre a lesão, a fase aguda é contida com gelo, repouso, elevação do membro e uso de antiinflamatórios, prescritos por um profissional médico e fisioterapeuta. Nesse caso, é obrigatório aguardar a reparação muscular, pois o processo cicatricial resultante deve ser bom e isto ocorre, em média, num período de 4 semanas. Após este período, iniciam-se os alongamentos. Se alongarmos antes, as fibras musculares não se recompõem - é como se arrancássemos a ”casquinha do machucado”, demorando mais para sarar.

Mas há exceções, quando todo processo de reabilitação de um atleta deve ser o mais rápido possível, para ele voltar à ativa o quanto antes. A fisioterapia acelera esta resolução cicatricial com o uso de laser e ultra-som fisioterapêutico, facilitando o trabalho.

Após esta sequência inicial de cuidados específicos, iniciam-se os exercícios gerais. Os exercícios de recuperação funcional, que estão em alta hoje na mídia, têm como objetivo retornar o indivíduo à sua atividade de costume, antes da lesão. Além de restaurar a estabilidade funcional e os padrões de movimentos específicos do atleta, minimizando o risco de nova lesão.

No geral, a evolução é feita de modo gradativo. O treino, inicialmente, deve ser feito com baixa intensidade, respeitando as suas limitações e a ocorrência de dor eventual.

Aos poucos você estará treinando como antes.

Avaliação neurofuncional e elaboração de um plano de tratamento fisioterápico em paciente com neuropatia

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O sistema nervoso periférico localiza-se fora da cavidade craniana e do canal vertebral. Denominam-se nervos cranianos quando fazem conexão com o encéfalo e espinhais quando se conectam a medula.1

Disfunções dos nervos periféricos incluem alterações sensoriais, autonômicas e motoras. Esses sinais ocorrem em um território de distribuição periférica.2

A neuropatia periférica pode atingir um único nervo periférico (mononeuropatia), vários nervos individuais (mononeuropatia múltipla), ou vários nervos periféricos ao mesmo tempo (polineuropatias).3

Um grande número de doenças hereditárias e auto-imunes afeta especificamente os nervos periféricos, e muitas outras doenças sistêmicas, metabólicas e tóxicas podem comprometer os nervos periféricos, como parte de suas várias manifestações.4

As neuropatias periféricas se dividem em duas amplas categorias: adquiridas e hereditárias. As neuropatias adquiridas podem ser classificadas de acordo com causas: metabólica, diabética, doença renal, alcoolismo, entre outras.5 As neuropatias hereditárias se desdobram de duas formas: motoras e sensitivas. Com relação às sensitivas há uma classificação desta, que ocorre de acordo com o seu modo de transmissão, idade de início, quadro clínico predominante, evolução da doença, e aspectos neuromiográficos.6

Os achados clínicos mais comuns das neuropatias periféricas são: distúrbios sensoriais, déficit motor, comprometimento ou ausência dos reflexos tendíneos, distúrbios autonômicos, e espessamento dos nervos periféricos. O envolvimento de fibras sensoriais pode levar a dormência e ao comprometimento da sensibilidade. Também pode gerar situações espontâneas anormais, como dor e parestesias.3

Ataxia é o termo geral que significa uma decomposição de movimento. É um distúrbio que afeta o controle postural e a coordenação dos movimentos das múltiplas articulações.5 Divide-se em três tipos básicos, são eles: sensorial, labiríntica e cerebelar.3

Quase sempre a ataxia esta associada à doença cerebelar ou as suas conexões com o tronco encefálico. As causas mais comuns de ataxia sensitiva são esclerose múltipla, ataxia de Friedreich, ingestão de álcool e tumores da fossa posterior. Causas menos comum são síndromes paraneoplásicas e distúrbios neurodegenerativos, alguns dos quais são hereditários.5

A ataxia sensitiva resulta de comprometimento da sensibilidade proprioceptiva ao nível das raízes ou dos nervos periféricos, da coluna posterior da medula espinal ou das vias sensoriais no cérebro. Os achados clínicos incluem perda de sensibilidade vibratória e de posição articular nos membros superiores, e às vezes, nos membros inferiores.2

Este estudo tem como objetivo mostrar uma avaliação neurofuncional utilizada para pacientes com lesão nervosa periférica, e verificar se o plano de tratamento realizado com a paciente L. F. é eficaz.

Materiais e métodos

Foi realizado nas dependências da Clínica Escola de Pesquisa e Atendimento em Fisioterapia (CEPAF), situada na Universidade do Oeste Catarinense – UNOESC – Campus de Joaçaba, no departamento de Fisioterapia Aplicada a Neurologia, a intervenção fisioterápica na paciente L. F., 68 anos, gênero feminino, etnia branca, residente em Luzerna, com diagnóstico clínico de ataxia sensitiva por degeneração subaguda da medula.

Entre o período de 24 de março a 24 de abril de 2008, foram realizadas três sessões de fisioterapia com duração de cinqüenta minutos cada, pela acadêmica M. M., durante o estágio supervisionado de fisioterapia em neurologia I. As cinco sessões previstas no decorrer das cinco semanas de estágio não foram realizadas devido ao não comparecimento da paciente e ao feriado do dia 21 de abril.

A intervenção fisioterápica envolveu uma avaliação neurofuncional de acordo com a ficha usada na CEPAF, constando de dados de identificação, anamnese, exame físico, exame neurológico e avaliação funcional, seguida pelo tratamento fisioterápico.

No dia 24 de março iniciou-se a intervenção fisioterápica, realizando-se a avaliação da paciente. Iniciando pela anamnese. Em seguida foi feito o exame físico. Avaliou-se a força muscular e observou se havia a presença de contraturas e deformidades, além das trocas posturais e analise da marcha. No exame neurológico foi avaliada a sensibilidade superficial da paciente (tátil, térmica e dolorosa), sentido de movimento, sentido de posição, lateralidade, estereognosia, profundidade, equilíbrio estático e dinâmico, e a coordenação dinâmica da paciente. Aspectos sobre atividades de vida diária, e emocionais, comunicação e lazer foram relatados pela própria paciente.

No dia sete de abril aplicou-se uma avaliação nervosa periférica com á paciente. Observaram-se alterações posturais da paciente. Foram avaliadas amplitude e força muscular de membros superiores e inferiores. Testou-se a sensibilidade superficial e a sensibilidade profunda de membros superiores e inferiores, utilizando a discriminação entre dois pontos e a grafestesia para verificar a sensibilidade profunda.

No dia 14 de abril, inicio-se a aplicação do plano de tratamento fisioterápico. Aplicando diferentes texturas para descensibilização, exercícios cinesioterápicos e de propriocepção.

Discussão e resultados

Durante a anamnese foi relatado pela paciente que os sinais e sintomas iniciaram há oito anos, quando foi internada devido a uma infecção urinária grave, iniciou-se com dificuldade para caminhar, dor nos membros inferiores e dor na coluna lombar. Procurou então, um neurologista que diagnosticou de ataxia sensitiva por degeneração subaguda da medula. Segundo a literatura, pacientes com neuropatia periférica geralmente procuram atendimento médico por alterações na sensibilidade ou da força muscular.4 A doença foi, progredindo, aumentando a dificuldade de caminhar, a paciente relata que atualmente não consegue mais subir e descer escadas e no escuro e a noite a dificuldade se torna ainda maior.

Na história familiar a paciente relata que em sua família teve um caso desta doença, acontecendo com sua tia. Fatores genéticos podem estar associados com as neuropatias periféricas, caracterizando a causa hereditária da patologia.3 Que no caso da paciente L. F. foi feito o diagnóstico, mas sem uma causa definida. Como queixa principal a paciente refere à dificuldade que tem para caminhar e o problema de infecção urinária.

Tabela 1. Força Muscular de membros inferiores:



Na prova de força muscular, a força dos membros superiores encontra-se preservada, enquanto os membros inferiores, principalmente do lado direito, apresentam-se alterada (Tabela 1). Além disso, algumas alterações posturais podem ser observadas como protrusão de ombro, anteriorização de cabeça e ombro esquerdo mais elevado, e durante a deambulação apresenta o quadril rígido, como meio de obter um maior equilíbrio, sendo que nas transferências de posições o quadril tem dissociação. As trocas de posições, apesar de ter dificuldade, a paciente consegue realizar. Alguns autores sugerem a concentração em exercícios do quadril e joelho para compensar e produzir um padrão de marcha mais estável.8 Enquanto outros autores acreditam que o tratamento deve concentrar-se na criação de estabilidade em torno das articulações proximais no tronco e em proporcionar ao paciente uma base sobre a qual consiga se mover. Quando o paciente utilizar atividade compensatória, o fisioterapeuta deve considerar como isso pode ser atingido mais facilmente para evitar a dominância de um movimento ou de uma postura.5

No exame físico ainda foi verificado a sensibilidade superficial da paciente, observando-se então, que tanto tátil térmica e dolorosa, estavam preservadas em membros superiores e membros inferiores. Na sensibilidade profunda, verificou-se através da discriminação entre dois pontos, que teve uma alteração tanto em membros inferiores como superiores. No teste de grafestesia paciente reconhece nos membros superiores, mas nos membros inferiores não. Outros testes foram realizados, como sentido de movimento e sentido de posição, lateralidade e esquema corporal, que se encontraram preservados. No teste de profundidade observou-se alteração, considerando que a paciente já havia relatado que sente como se caminhasse fundo, não tendo a noção do tamanho de um degrau, por exemplo.

Testes de equilíbrio também foram realizados. O equilíbrio dinâmico apresenta-se alterado, pois a paciente tem dificuldade na deambulação. O input proprioceptivo das pernas é essencial para iniciar e regular os ajustes corporais na posição em pé.7 Verificou-se a marcha na paciente e esta apresenta uma marcha atáxica da Síndrome Radiculocordonal posterior (ataxia sensitiva) também se denomina de marcha talonante ou tabética, onde a paciente caminha olhando para o solo, procurando regularizar os movimentos incoordenados dos membros inferiores do controle visual.3 Esses pacientes são ainda, prejudicados quando estão no escuro.5 Logo, no equilíbrio estático o sinal de Romberg foi positivo. Quando em pé, com os calcanhares unidos, haverá uma amplitude maior da oscilação postural quando os olhos se fecham,caracterizando o teste de Romberg como positivo.7

Na coordenação dinâmica paciente não teve dificuldade para realizar nos membros superiores (índex – nariz), mas nos membros inferiores pela falta de equilíbrio não pôde ser realizado (calcanhar – joelho).

Na avaliação funcional paciente relata ter dificuldade para limpar sua casa ou em qualquer atividade que precise se movimentar, mas realiza suas atividades de vida diária sozinha (se vestir, comer, tomar banho, entre outras), em atividades que possa realizar sentada ou em pé parada consegue sem dificuldades.

Nos aspectos emocionais, de comunicação e lazer a paciente relatou que prefere ficar mais em casa pela falta de equilíbrio para deambular que apresenta principalmente em solos desconhecidos.

A partir da avaliação pode-se chegar a um diagnóstico fisioterapêutico: a paciente L. F. apresenta alteração de sensibilidade profunda em membros superiores e inferiores, com diminuição de força muscular em membros inferiores, principalmente do lado direito.

Através do diagnóstico fisioterápico elaborou-se um plano de tratamento para a paciente, tendo como principal objetivo a melhora do input sensorial, devido à grande alteração de sensibilidade profunda apresentada pela paciente. Os objetivos secundários foram: manter a ADM (amplitude de movimento) de membros superiores e inferiores; melhorar a força muscular dos membros inferiores e mantê-la nos membros superiores; melhorar o equilíbrio; manter a sensibilidade superficial; e melhorar a qualidade de vida da paciente, prevenindo restrições e deformidades. Para conseguir esses objetivos, o plano de tratamento foi o seguinte: exercícios de propriocepção, alongamento ativo ou ativo-assistido de membros superiores e inferiores em todas as amplitudes articulares, exercícios contra-resistência em membros superiores e inferiores, e descensibilização com diferentes texturas, com a melhora desses fatores é adquirida uma melhora da marcha, assim melhorando a qualidade de vida da paciente.

A abordagem multiprofissional de resolução dos problemas é recomendada no tratamento da incapacidade, de modo a maximizar a funcionalidade.5 O tratamento fisioterápico em lesões nervosas periféricas esta dirigido somente para as conseqüências secundárias da lesão nervosa. A orientação do paciente é essencial para maximizar o retorno funcional e evitar condições secundárias resultante do comprometimento sensorial.8 Incluindo até mesmo complicações como insuficiência respiratória ou colapso vascular.3

A instrução do paciente pode prevenir as complicações das lesões decorrentes das perdas de sensibilidade, do desuso ou do excesso de uso.2 Orienta-se para que faça a inspeção visual das áreas afetadas todos os dias para monitorar a existência de ferimentos e o aparecimento de vermelhidão que persista por mais de alguns minutos.8 Ulcerações dos tecidos cutâneos e subcutâneos, dificuldade de cicatrização dos ferimentos e infecções, lesões neurogênicas das articulações, podem ocorrer em decorrência de alterações do suprimento sanguíneo, perda de sensibilidade e a falta de movimento.2 Considera-se que pacientes com neuropatia periférica encontram-se mais susceptíveis a ulcerações.9

A cooperação com o esquema de exercícios é variável e normalmente a melhora é gradual.5 O tratamento da ataxia sensorial tem necessidade compensatória de utilizar o recurso visual. Requer um equilíbrio entre a facilitação do controle melhorado e o reconhecimento e aceitação de compensações necessárias, que são essenciais para a função. Para reduzir a formação de deformidades, exercícios para manter a amplitude de movimento, exercícios para melhorar o alinhamento postural e fornecimento de órteses adequadas ao paciente, são importantes no processo de reabilitação.8

ºA reeducação do controle proximal e a realização de movimentos multiarticulares, e com alvo direcionado são recomendáveis. Os pacientes podem precisar de mobilizações específicas, principalmente da cabeça, tronco e pelve, resultando de uma fixação á longo prazo, devido a compensações posturais. Muitas estratégias foram defendidas no tratamento da ataxia, incluindo o uso de pesos, resistência manuais, estabilizações rítmicas, entre outros. O terapeuta deve expor o paciente a posições cada vez mais instáveis do corpo, a fim de facilitar a redistribuição e o recrutamento das capacidades de controle. A facilitação muscular proprioceptiva consiste de exercícios terapêuticos que usam uma série de padrões de facilitação e sinergias em um esforço para conseguir fortalecimento muscular, reeducação neuromuscular, e extravasamento dos músculos mais fortes para os grupos mais fracos, assim os músculos mais fracos trabalham junto com os mais fortes e não isoladamente.7

O uso de bolsa de gelo, massagem e vibração é sugerido para diminuir as neuropatias sensoriais crônicas e dolorosas. A utilização de pesos é apresentada na literatura, mas na prática pode não ser apropriada se a ataxia for muito generalizada.3 Exercícios de fisioterapia podem proporcionar maneiras úteis de se evitar o desenvolvimento de contraturas por meio de alongamento e de exercícios ativos.4 Alongamento lento e prolongado promoverá uma resposta mais permanente ao músculo, assim o potencial para o desenvolvimento de restrições e contraturas é menor.8

O papel dos fisioterapeutas é, em grande parte, o tratamento dos casos crônicos. O encaminhamento bem cedo é importante no aconselhamento sobre as atividades, para manter a ambulação e prevenir as complicações evitáveis, como deformidades. O fisioterapeuta deve sempre visar problemas específicos, identificados durante a avaliação, para que assim, o tratamento seja bem-sucedido.5

Conclusão

Para se obter um tratamento satisfatório depende de uma boa avaliação do paciente. Através da avaliação elabora-se um plano de tratamento adequado e individualizado ao paciente, de acordo com a funcionalidade e as dificuldades que este apresentar, objetivando minimizar as dificuldades e aumentar sua funcionalidade.

Devido ao reduzido número de sessões, não pôde ser verificada a melhora da paciente, mas de acordo com achados literários o plano de tratamento realizado é eficaz, mas ao mesmo tempo sabe-se que a terapia é sintomática e procura evitar complicações respiratórias, vasculares e musculoesqueléticas.

Referências bibliograficas


Felten, D. L. Atlas de neurociência humana de Netter. Porto Alegre: Artmed, 2005. Cap. 1, 51, pág. 32, 521.


Lundy – Ekman, L. Neurociência: Fundamentos para reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. Cap.11, pág. 165-176.


Greenberg, D. A., Aminoff, M. J., Simon, R. P. Neurologia Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2005. pág. 155, 255-262.


Collins, R. C. Neurologia. Ed. 1, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. Cap.9, pág. 106-116.


Stokes, M. Neurologia para fisioterapeutas. Ed.1, São Paulo: Premier, 2000. pág. 73, 201-209, 357.


Sanvito, L. W., et al. Neuropatia sensitiva e autonômica hereditária tipo II: a propósito de dois casos. Rev. Neuro. Psiquiatr. São Paulo; v. 61, n. 3, setembro 2003.


Edwards, S. Fisioterapia Neurológica: Uma abordagem centrada na resolução de problemas. Ed. 1, Porto Alegre: Artmed, 1999. Cap. 4, pág. 91-95.


Umphred, D. A. Fisioterapia Neurológica. Ed.2, São Paulo: Manole, 1994. Cap. 12, pág. 331-339.


Porciúncula, M. V. P., et al . Análise de fatores associados á ulceração de extremidades em indivíduos diabéticos com neuropatia periférica. Rev. Bras. Endocrinol.Metabol. São Paulo; v. 51, n. 7, outubro 2007.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória

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Os recursos manuais em fisioterapia respiratória compõem um grupo de técnicas de exercícios e manobras manuais que visam a reabilitação de uma disfunção toracopulmonar e ao treinamento e recondicionamento físico das condições respiratórias .

Estes recursos são assim chamados por serem empregados sem o uso de equipamentos, podendo também ser chamado de cinesioterapia respiratória ou manobras manuais em fisioterapia respiratória.

Tais recursos são geralmente empregados no tórax de indivíduos pneumopatas ou após cirurgia de tórax ou abdome, especialmente em casos em que o indivíduo apresenta dificuldade em eliminar secreções das vias aéreas e dificuldades em apresentar uma ventilação pulmonar adequada ou suficiente para suprir o consumo de oxigênio no organismo.

A seguir cito algumas técnicas mais empregadas dentre as diversas utilizadas pela fisioterapia respiratória.

Posicionamentos

Quando o fisioterapeuta pede para o paciente sentar ou deitar em determinada posição e assim permanecer por um certo período de tempo, isso já é parte da terapia respiratória, entenda porque.

Decúbito Dorsal: isso siginifica ficar deitado de barriga para cima, nesta posição ocorre uma diminuição da capacidade pulmonar total de 20 à 40 %. Com isso, os dois pulmões que estão em contato com o leito diminuem o espaço para que ocorra a ventilação. Por isso não é bom ficar longos períodos deitado de costas na cama.

Decúbito Lateral: neste decúbito, que é ficar deitado de lado, ambas as cúpulas diafragmáticas se comportam diferentemente uma da outra. Este decúbito proporciona o fortalecimento da hemicúpula diafragamática que se encontra em contato com o leito, pois aumenta o trabalho desta pela ação da gravidade.

Decúbito Ventral: nesta posição que é de barriga para baixo o relaxamento da musculatura do abdome se encontra muito facilitada. Portanto, este decúbito tenderá a permitir um efeito hipotônico da musculatura abdominal, dificultando o trabalho ventilatório.

Fowler e semi-fowler: nesta posição o paciente se encontra recostado a 45º e 30º no leito, respectivamente. Além do conforto ao paciente, melhora-se muito a mecânica respiratória. Também é possível diminuir a pressão das vísceras sobre o diafragma, o qual permitirá que este fique mais livre para o movimento de descida de suas cúpulas, melhorando a expansão pulmonar.

Manobra de compressão e descompressão (manobra de expansão)

É uma manobra de caráter reexpansivo. Essa manobra tem como principais objetivos a melhora da oxigenação arterial e da capacidade pulmonar, a reexpansão de áreas pulmonares fechadas e a mobilização de secreções.

A técnica para realização do procedimento é a seguinte: o paciente deve estar recostado, o terapeuta deve-se encontrar ao lado ao paciente e deve-se posicionar suas mãos sobre o toráx do paciente. O paciente deverá respirar normalmente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Ao final da expiração o terapeuta comprime os arcos costais, em seguida ao se iniciar a inspiração, dá o reflexo de estiramento no músculo e imediatamente a seguir solta bruscamente os arcos costais, orientando o paciente a inspirar profundamente. O processo deve ser repetido quantas vezes forem necessárias até atingir o objetivo desejado.

Padrões respiratórios

A terapia respiratória através do uso de padrões musculares respiratórios é sem dúvida a uma das formas mais práticas e usuais de realizar a cinesioterapia respiratória.

Inspirações em tempos

A inspiração realizada de uma só vez, pode não ser suficiente para que o paciente atinja sua plenitude inspiratória com finalidade reexpansiva

A técnica consiste em inspirar pelo nariz e soltar pela boca. Os padrões respiratórios podem ser fragmentados e podems ser feitos em tempos de 2:1, 3:1 e 4:1 , isto é, puxa o ar duas vezes pelo nariz e solta uma vez pela boca até o fim.

Padrão ventilatório com frenação labial

O padrão ventilatório com expiração retardada ou com resistência expiratória permite a manutenção da integridade dos condutos aéreos evitando o fechamento precoce das vias aéreas, como ocorre com quem tem asma ou bronquite (DPOC). Além disso o retardo expiratório promove durante a fase de expiração, uma desinsuflação pulmonar homogênea, mantendo a pressão intrabrônquica e favorecendo portanto as trocas gasosas.

Nesta técnica a inspiração é feita nasal e a expiração por via oral correspondendo a cerca de três vezes o tempo de inspiração. Deve-se cerrar os dentes e impedir a passagem do ar durante a expiração para que a técnica seja realizada corretamente.

Manobras de higiêne brônquica

Um dos princípios básicos da fisioterapia respiratória é a facilitação da limpeza mucociliar; e as manobras de desobstrução e higiene brônquica visam a mobilização e eliminação dessas secreções pulmonares

A mucosa respiratória normal produz uma camada de secreção que recobre e, que continuamente, move-se através da atividade ciliar até a faringe, onde é deglutida sem que o indivíduo perceba. Quando a quantidade de secreção aumenta a tosse torna-se um mecanismo adicional de limpeza. Normalmente a expectoração é contaminada com células da orofaringe, bactérias, alimentos e saliva. Se a carga de muco torna-se muito grande para estes mecanismos, o resultado é o acúmulo de secreções.

Esse processo de deslocamento do muco por técnicas desobstrutivas pode ser realizada através dos seguintes métodos:

Percussão ou Tapotagem

Consiste na aplicação sistemática e ritmada de percussões manuais ou eletromecânicos na superfície torácica com objetivo básico de deslocar o muco brônquico da parede brônquica, removendo-o através do fluxo aéreo expiratório, facilitando assim a eliminação ao meio externo através da tosse. É uma técnica que pode ser ineficaz e prejudicial quando mal aplicada.

A percussão é efetuada pedindo-se ao paciente que faça uma inspiração suave e profunda e em seguida inicie a expiração, quando sincronicamente o terapeuta percute rapidamente sempre do sentido distal para o proximal, enquanto perdurar a expiração.

a) Vibração

A vibratoterapia consiste em movimentos, rítmico, rápidos e com intensidade suficiente para causar vibração em nível bronquial.

É realizada durante a expiração, sobre a parede torácica para facilitar o deslocamento do muco brônquico. Para isso deve ocorrer na mesma freqüência que a vibração dos cílios que é de 13 Hz.

Geralmente a vibração pode ser associada à compressão torácica, para que os músculos sejam alongados e promovam maior ventilação na inspiração subseqüente. O aumento da ventilação pode favorecer a limpeza mucociliar.

A técnica se divide em vibração manual, que consiste na colocação das mãos do terapeuta sobre a parede torácica fazendo uma série de vibrações manuais na fase expiratória, e vibração eletromecânica que consiste em usar aparelhos que vibrem.

b) Huffing

Utiliza-se desta técnica para estimular a tosse. O paciente inspira suave e em seguida, faz uma expiração forçada com a boca aberta, utilizando a sua musculatura abdominal

Tosse Induzida ou estímulo de tosse

Considerando que a maior parte dos receptores da tosse estão localizados na traquéia, quando há uma diminuição dos reflexos da tosse, espera-se que qualquer estímulo mecânico nesta região provoque tosse.

Os principais procedimentos de tosse induzida são o deslocamento da traquéia; estímulo com espátulas na garganta e estímulo com cotonetes ou sondas nasotraqueais na cavidade nasal.

Tosse Assistida

É utilizada para facilitar a tosse, onde o terapeuta realiza uma compressão sobre a região torácica ou abdominal no momento da tosse para ajudar o paciente a tossir.

Aspiração traqueobrônquica

A aspiração traqueobrônquica é um recurso mecânico simples e importante na rotina hospitalar. É amplamente utilizado em pacientes que não conseguem expelir, voluntariamente as secreções pulmonares. É um procedimento invasivo, intensamente utilizado pela fisioterapia respiratória, com objetivo de remover secreções traqueobrônquicas e orofaríngeas, favorecendo a melhora na permeabilidade das vias aéreas e, com isso, melhorando a ventilação pulmonar.

A aspiração traqueobrônquica pode ser realizada através da boca (orotraqueal), nariz (nasotraqueal) ou tubo ou traqueostomia (endotraqueal).

O terapeuta deverá usar luvas estéreis e tomar todo o cuidado para não contaminar a sonda ou catéter.

O tempo de introdução da sonda deve ser o mais rápido possível e a retirada da sonda deve ser feita com movimentos circulares permitindo a limpeza das secreções à parede traqueal do paciente..

Pequenas quantidades de soro fisiológico (10/20ml) podem ser instiladas para fluidificar e mobilizar as secreções, estimulando a tosse e facilitando a remoção das secreções espessas.

Jaqueline Munaretto Timm

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Exercício físico e artrose

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De acordo com o American College of Reumatology (2000), os objetivos da gestão atual do paciente com Artrose continua a incluir controle da dor e melhora nas funções relacionadas com a saúde e qualidade de vida, com a evasão, se possível, dos efeitos tóxicos da terapia.

O Consenso Brasileiro para o Tratamento da Osteoartrite (Artrose) (2002) expõe como medida não farmacológica, a prática de exercícios terapêuticos - Fisioterapia, como fortalecimento muscular, exercício aeróbico e de alongamento, não trazendo aspectos mais específicos desta prática.

O exercício físico vem sendo indicado à pacientes com artrose. Petrela (2000) expõe que: “Exercise is indicated for patients with mild/moderate ostearthritis of the knee but limited studies are available” (PETRELLA, 2000).

“Quanto à participação dos exercícios no tratamento das artroses basta acentuar que eles conseguem melhorar o desempenho funcional das juntas, diminuem a necessidade do uso de fármacos, e têm ainda influência sobre o estado geral do paciente, trazendo, inclusive, benefícios psicológicos, podendo atuar modificando possíveis fatores de risco na progressão da doença. Os exercícios são particularmente úteis quando há instabilidade articular [...]. Os exercícios posturais também são de grande valia. É preciso acentuar, entretanto, que os exercícios devem seguir uma estrita avaliação médica que servirá para indicar o que deve ser feito em cada caso. Não se deve fazer simplesmente exercícios e sim os exercícios adequados e que deverão ser corretamente executados” (SEDA E SEDA, 2008).

De acordo com Wannmacher (2006) exercícios que aumentem a força do quadríceps parece ser melhor na recuperação de função articular. No estudo de revisão de Lange et. al. (2008), foi observado que o treinamento de resistência melhorou: a força muscular; o auto-relato de dor e a função física em cerca de 50-75% dos estudos pesquisados.

Um estudo de revisão concluiu que evidencias avaliáveis indicam pequeno benefício nos efeitos dos exercícios no tratamento de pacientes com artrose de joelho. Efeitos benéficos têm sido encontrados em vários tipos de exercícios como tratamento e recomendado para pacientes com suave/moderada artrose de joelhos (PETRELLA, 2000).

“Even though regular exercise has proven health and functional benefits, inactivity increases as patients age” (PETRELLA, 2000)

O efeito da dor e função do joelho com artrose para dado indivíduo parece ser relacionada a uma variedade de características individuais. Embora a literatura suporte claramente os efeitos benéficos do exercício para indivíduos com artrose de joelho, os efeitos relativamente modestos podem ser explicados pela inabilidade dos exercícios (FITZGERALD, 2005).

A prescrição do exercício físico deve seguir uma série de quesitos tais como: tipo; duração; metodologia; intensidade; freqüência. Os estudos que aqui foram analisados seguem diferentes padrões estruturais e metodológicos, o que dificulta conclusões acerca do possível exercício que seja o melhor ou o mais ideal.

A variação da localidade da artrose apresenta fator de relevância para prescrição do exercício. Assim, há a necessidade de mais investigações que se proponham a elucidar questões relacionadas ao tipo de exercício e a localidade da artrose.

fonte

Paralisia Cerebral e o método Bobath

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Paralisia cerebral é uma lesão de uma ou mais áreas do cérebro, gerada muitas vezes pela falta de oxigenação das células cerebrais. Sem caráter progressivo e de instalação no período neonatal, na fase em que o cérebro da criança está no processo de amadurecimento. Podendo ocorrer no período pré-natal (por mal formação cerebral, doenças como a rubéola, HIV entre outros) ; no período perinatal estão relacionadas principalmente com complicações durante o parto, anóxia (falta de oxigênio no tecido nervoso) hipóxia (diminuição de oxigênio para o tecido nervoso) e no período pós-natal (quedas, acidentes automobilísticos, atropelamentos, semi-afogamento, espancamento, envenenamento)

Cada área do cérebro é responsável por uma determinada função, como os movimentos dos braços e das pernas, a visão, a audição e a inteligência. Uma criança com paralisia cerebral pode apresentar alterações que variam desde ligeira incoordenacão dos movimentos, leve dificuldade para andar até incapacidade para segurar um objeto, falar e deglutir.

É importante saber que na maioria das vezes a criança apresenta inteligência normal (a não ser que a lesão tenha atingido áreas do cérebro responsáveis pelo pensamento e pela memória). Mas se a visão ou a audição forem danificadas, a pessoa poderá ter dificuldades para entender as informações como são transmitidas, se os músculos da fala forem atingidos, haverá dificuldade para comunicar seus pensamentos ou necessidades.

Dificuldade de sucção, tônus muscular diminuído, alterações da postura e atraso para firmar a cabeça, sorrir e rolar são sinais precoces que chamam a atenção para a necessidade de avaliações mais detalhadas e acompanhamento neurológico.

O tratamento em suas diferentes modalidades abrange profissionais de várias áreas e a família. A paralisia cerebral não tem cura, mas seus efeitos podem ser minimizados. O objetivo principal deve ser promover o maior grau de independência possível, dependendo do grau das limitações motoras sendo utilizado quando necessário o uso de dispositivos especiais (órteses, muletas, andadores).

A Fisioterapia como parte da equipe multiprofissional tem papel fundamental na habilitação da criança. O método Bobath, é um tipo especializado de Fisioterapia que é bem conhecido e aceito em vários países. O princípio do tratamento Bobath é a inibição dos movimentos e posturas anormais e a facilitação dos movimentos normais. Podendo ser aplicado precocemente em bebês, antes que se estabeleçam as desordens de postura e de movimentos, que, em muitos casos, podem ser evitadas. Esta técnica é tanto empregada em crianças com paralisia cerebral como em crianças com outros distúrbios neurológicos. O método auxilia para melhorar o controle sobre a postura, simetria do corpo, estimular reações de proteção e equilíbrio, movimentos mais coordenados, harmoniosos, alongamento entre outros benefícios.

A melhora da criança com paralisia cerebral é lenta. Cabe à equipe que trata da criança uma atitude de apoio aos familiares com o objetivo de fortalecê-los para que possam realizar os cuidados apropriados e encarar as dificuldades que acompanham o processo de adaptação às limitações da criança.

Por Mariana Reibnitz – Fisioterapeuta

A fisioterapia no tratamento conservador de Hálux Valgo

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http://www.eorthopod.com/sites/default/files/images/foot_bunion_anat02.jpg

Aquilo a que muitas pessoas chamam "Joanete" é denominado na comunidade científica como Hallux valgus ou hálux valgo. Consiste num desvio lateral acentuado, para o lado externo (daí o termo valgo, de valgismo) do primeiro dedo do pé.

Em condições normais, o primeiro dedo do pé, cuja denominação em latim é hallux, encontra-se perfeitamente alinhado com o primeiro osso metatársico. Em caso de hallux valgus, o metatarso é desviado para a parte interna do pé, enquanto que o primeiro dedo fica inclinado em direção aos outros dedos do pé, sobrepondo-se ou "empurrando-os", o que provoca a formação de uma proeminência na base do primeiro dedo, designada joanete. Isso faz com que a articulação que une a primeira falange ao metatarso formar um ângulo fechado virado para a parte interna do pé. A proeminência óssea na base do hálux, ou entre as duas falanges, formando o hálux valgo interfalangeano, ou interfalângico. No entanto, o primeiro é talvez o mais comum.

http://image.funscrape.com/images/h/hallux_valgus-1317.jpg

O tratamento mais divulgado para o joanete é a cirurgia, contudo, como fisioterapeutas, além de informar o que é e porque acontece, vamos focar nesta matéria a possibilidade de um tratamento conservador, pouco explorado no meio ortopédico.

Avaliação

Geralmente, o exame físico é realizado com o paciente sentado e em pé, já que ao colocar o peso do corpo sobre o pé a deformidade, tanto do dedão como qualquer outra alteração biomecânica (de alinhamento), será acentuada. O exame minucioso da musculatura do pé e dos nervos dessa região deve ser realizado. Deve-se observar a caminhada se há alterações mecânicas (músculo-esqueléticas) importantes para a escolha do tratamento adequado. Geralmente, pacientes com joanete comumente apresentam fraqueza do músculo tibial posterior, pé plano (chato) e hiperpronado.

O raio-X pode auxiliar na identificação de outras anormalidades, como dedos em martelo ou em garra, subluxações e luxações do segundo dedo decorrente da gravidade do joanete. O raio-X também esclarece o quão severo é o joanete.

A formação do joanete resulta na limitação do movimento da articulação do dedão. Se levarmos em consideração que uma corrida que acarreta uma sobrecarga (250% do peso corporal) sobre os ossos da parte da frente do pé, enquanto que a caminhada resulta em apenas 80% do peso corporal, fica claro o quanto a limitação funcional do movimento do dedão pode comprometer a performance do praticante da atividade física.

Tratamento

O tratamento conservador deve ser a primeira alternativa, já que a cirurgia de correção do hálux valgo tem como principal conseqüência a rigidez ou diminuição do movimento da articulação metatarsofalangeana. Isso pode causar um mecanismo compensador que pode levar a outros problemas ortopédicos.

É importante que o  tratamento do hálux valgo se foque nas alterações biomecânicas que, associadas, podem causar essa deformidade.

O objetivo inicial do tratamento é diminuir a dor e a inflamação. O uso do  ultra-som, gelo e mobilização articular do hálux se faz necessário. A utilização de medicação antiinflamatória auxilia o tratamento fisioterapêutico e deve ser prescrita por um especialista (ortopedista). As atividades fisicas devem ser  modificadas para reduzir o stress causado no joanete.  As atividades mais indicadas para essa fase são: ciclismo, natação, remo e deep running (corrida dentro da água com uso de flutuadores).

Junto com a redução da dor, o profissional deve ter como objetivo a reabilitação  da marcha, o que envolve equilíbrio muscular e adequado alinhamento das articulações do membro inferior. É necessário o inicio de exercícios de relaxamento e alongamento dos músculos/tendões da perna e pé que se apresentam encurtados, evitando limitação do movimento nestas regiões.

Os principais músculos a serem alongados são: os músculos da panturrilha (gastrocnêmio e sóleo) e o músculo que dobra o dedão (flexor longo do hálux). O alongamento do músculo do dedão deve ser realizado e instruído pelo fisioterapeuta, que ao aplicar suave tração na articulação buscará primeiramente o alinhamento da articulação, já que deformidade deve ser corrigida manualmente antes da aplicação de força na direção que se deseja alongar.

Se possível, é importante iniciar um programa de fortalecimento para a musculatura intrínseca do pé e músculos da perna. Os músculos mais importantes a serem fortalecidos são: músculos abdutores e rotadores externos do quadril, tibial posterior (este músculo ajuda no suporte do arco do pé, controlando a pronação) e os músculos da sola do pé.

A progressão do número de repetição e resistência indicada para cada exercício depende da força inicial de cada músculo e da presença de dor um dia após os exercícios. Portanto, deve ser definida pelo fisioterapeuta que está guiando o seu tratamento.

O tratamento pode durar em média três a seis semanas e o fisioterapeuta deve estar atento se o paciente é ativo fisicamente.

Corrida - Qual a medida certa para reduzir o risco de morte cardíaca?

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Um estudo recente avaliou o impacto no risco de morte entre indivíduos que praticavam corrida regularmente.A pesquisa incluiu mais de 50.000 indivíduos do ACLS (Aerobic Center Longitudinal Study), os quais não apresentavam um diagnóstico prévio de cardiopatia, alteração eletrocardiográfica, diabetes ou câncer. Os participantes relataram o tipo e característica da atividade física realizada em um questionário padronizado. Cerca de um quarto desses indivíduos realizavam corrida como atividade física principal.

A prática da corrida foi relacionada com uma redução de 19% na mortalidade por todas as causas comparado com indivíduos que não corriam. Quanto à velocidade da corrida, aqueles que corriam em 9 a 11km/hora apresentaram uma redução de mortalidade total de 21 e 27%, comparado com uma redução não significativa de 7% naqueles que corriam a mais de 13 km/hora.

Quanto à distância corrida, aqueles que corriam entre 16 e 24km por semana apresentaram redução de risco de 27%, e aqueles que corriam 32km e 40km por semana apresentaram um redução não significativa de 10 e 5%.Além disso, pacientes que corriam 2 a 5 vezes por semana apresentaram benefício mais significativo que aqueles que corriam 6-7 vezes por semana.

Assim, podemos notar um padrão de curva em U no impacto da corrida sobre redução da mortalidade, de acordo com a quantidade de quilômetros corridos por semana, ou seja, o risco de morte é maior nos extremos (entre os que correm menos e entre os que correm mais quilômetros semanais).Estes achados reforçam a ideia de que pessoas que treinam para esportes como maratona ou triathlon não o fazem para saúde, mas sim para atingir algum outro objetivo (competitivo, por exemplo).

Se você quiser correr para saúde, corra com moderação.

Fonte: Cardiopapers Blog - American College of Sports Medicine.

Sabendo mais sobre Condroproteção

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http://adoratual.files.wordpress.com/2009/09/dor-no-joelho.jpg?w=500

O surgimento do termo condroproteção, ocorreu há aproximadamente duas décadas, para explicar o papel preventivo que certas substâncias isoladas teriam em estimular a formação cartilaginosa ou diminuir a destruição, retardando ou revertendo com isso, o processo de osteoartrose.

A cartilagem articular é um tecido altamente especializado, sem similar no organismo e, cuja fabricação ou reposição possui dependência da célula denominada condrócito. O fato de ser ela composta por uma grande estrutura de colágeno imersa em um tecido altamente hidratado e fabricado por uma única célula, sempre atraiu o interesse dos especialistas, visto que, a maneira com que é ele disposto no organismo lhe confere uma grande importância na absorção de traumas, funcionando como um verdadeiro amortecedor de choques.

É a cartilagem articular um tecido dependente de um fenômeno complexo de reparação e destruição que, apesar de ser lento, persiste a cada momento.

Qualquer atitude tomada no sentido de minimizar o estado degradativo da articulação pode ser considerada uma medida condroprotetora. Assim sendo, medidas de ordem gerais como: perder peso, evitar macro traumatismos e micro traumatismos de repetição, fazer contrôle hormonal, praticar exercícios periódicos e suaves, amenizar desvios posturais, quer cirurgicamente, quer com o uso de órteses etc., podem ser consideradas medidas condoprtetoras pois, todas elas visam diminuir o stress sobre a cartilagem articular.

Preocupados com o fato de que, em determinadas condições, o equilíbrio entre reparação e destruição comporta-se de maneira desigual, acarretando danos e, por conseqüência, menor capacidade da absorção de impactos, estudiosos do fenômeno começaram a propor medidas alternativas, ou o uso de substâncias que pudessem retardar, ou inibir o processo de destruição cartilaginosa.

Inúmeros fármacos já são enquadrados nesta categoria, e já estão disponíveis para uso.

Para fisioterapeutas, é importante ter o conhecimento não só desses fármacos mas da importância de todas as medidas para não desgastar ainda mais a articulação lesada. O tratamento habitual para a Osteoartrose acaba sendo uma medida de condroproteção e dá uma qualidade de vida muito maior ao paciente.


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